Rodrigo Zani
Agro e sustentabilidade: parceria de sucesso
É inegável a importância do agro para o Brasil! Dados da Confederação Nacional da Agricultura - CNA dão conta que em 2024 o agro será responsável pelo PIB por R$ 2,45 trilhões sendo 1,65 trilhão no ramo agrícola e 801 bilhões no ramo pecuário. Cerca 28,34 milhões de pessoas estão empregados no agro em 2023, segundo dados Cepea (Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada). O que precisa ser destacado é que o agro brasileiro é responsável pela preservação de 33,2% das áreas ambientais no país, cerca de 1/3 das áreas protegidas no País estão dentro das propriedades rurais, segundo dados da própria Embrapa. Ou seja, dizer que o agro é inimigo da preservação ambiental é um equívoco muito grande!
O futuro da agricultura depende necessariamente da preservação ambientação e sobre esse tema técnicos, pesquisadores e profissionais agrícola tem a plena consciência. O principal desafio para o setor é a distribuição das chuvas, apenas 10% das lavouras brasileiras são dotadas de sistemas de irrigação. Com o desmatamento e o aumento das temperaturas, serão afetados umidade, qualidade do solo, polinizadores, pragas. Não é possível pensar em produtividade agrícola sem a devida preservação ambiental.
Além do mais o desmatamento ilegal pode gerar sanções e embargos econômicos acarretando em prejuízos financeiros e perca para os produtores. A União Europeia, por exemplo, por meio do seus deputados, deliberou que haverá restrições drásticas sobre a importação provenientes de ações de desmatamento ilegal. É preciso ficar atento haja vista que 16,1% das exportações agrícolas brasileiras tem como destino o bloco europeu. Sinal de alerta!
É preciso deixar claro que a ampla maioria dos produtores rurais no Brasil tem consciência ambiental. Mais de 97% dos produtores rurais e unidades de produção, em sua maioria pequenos, não participam do processo de desmatamento na Amazônia por exemplo. A ampla maioria não pode pagar o preço por uma minoria ínfima que presta o desserviço de não respeitar a preservação ambiental.
Com a política do Crédito de Carbono, amplamente discutida no Acordo de Paris, o produtor rural poderá ter fonte de renda extra se implementar ações de preservação ambiental na própria área, como investimento em conservação e aumento da biodiversidade, de recursos hídricos e do solo. O incentivo a preservação ambiental pode e deve ser fonte de receita.
Por fim não há porque haver contradições entre a produção rural e a preservação do meio ambiente. Ambos se complementam, somam-se e são parceiros para o futuro sustentável com produção de alimentos e equilíbrio ambiental para todo o planeta.
Rodrigo Zani
Ex Chefe de Gabinete da Fapeg
Ex Gerente de Mobilização Social do Governo de Goiás
Ex Assessor Especial da Governadoria
Ex Assessor Parlamentar da Assembleia Legislativa de Goiás - ALEGO
Ex Diretor de Agronegócio da Associação Comercial e Industrial de Nerópolis - ACIANER
Secretário de Formação Política da União Nacional das Cooperativas da Agricultura Familiar - UNICAFES
Produtor Rural
Consultor Empresarial
Cidadão Goiano