Céu Abreu

O esporte na periferia é o ouro da representatividade

Reprodução da Internet
O esporte na periferia é o ouro da representatividade

O esporte é uma das ferramentas mais poderosas de transformação social, especialmente em um país tão desigual em oportunidades como o Brasil. Em meio a esse cenário, o Programa Bolsa Atleta tem desempenhado um papel crucial, beneficiando milhares de atletas em diversas modalidades. Em 2024, mais de 9 mil atletas foram contemplados pelo programa, entre eles 8.716 nas categorias Base, Estudantil, Nacional, Internacional e Olímpica/Paralímpica, além de 359 atletas contemplados na Bolsa Pódio.


Entre esses atletas, a maior medalhista olímpica do Brasil, Rebeca Andrade, destaca-se não apenas por seu talento na ginástica artística, mas também pela sua representatividade. Rebeca, uma mulher negra, oriunda da periferia, superou barreiras imensas para conquistar um lugar no pódio. Com 6 medalhas olímpicas (2 ouros, 3 pratas e 1 bronze), ela ultrapassou dois homens brancos em uma modalidade de elite, e se tornou um símbolo de resistência e esperança para milhões de jovens brasileiros.


Representatividade importa. Quando vemos Rebeca Andrade conquistando o mundo, vemos mais do que uma atleta de sucesso. Vemos o reflexo de um Brasil que, mesmo oprimido por desigualdades, consegue se sobressair. Importa que uma mulher negra, periférica, tenha chegado onde chegou. Importa porque nos mostra que, com um mínimo de investimento, nossos talentos podem conquistar universos. Imagine, então, o que seria possível com mais investimentos?


O Bolsa Atleta é mais do que um benefício; é um investimento no futuro de jovens que, sem essa ajuda, poderiam nunca ter a chance de mostrar ao mundo do que são capazes. Esse programa dá voz e visibilidade a quem, de outra forma, permaneceria invisível. E a vitória de Rebeca, cantando o hino nacional com orgulho após superar a melhor atleta de todos os tempos, Simone Biles, é um marco que nos faz refletir sobre o quanto ainda precisamos avançar enquanto nação.


O esporte deve ser visto como um direito básico universal, oferecido em todas as partes do Brasil. Ele tem o poder de transformar vidas, de unir comunidades e de criar oportunidades onde antes só havia desesperança. É fundamental que o Estado reconheça e atue para garantir que o esporte chegue a todos, especialmente às periferias, onde ele pode fazer a diferença entre um futuro promissor e o ciclo vicioso da pobreza.


Ver a bandeira do Brasil acima de duas bandeiras de um país imperialista, como os Estados Unidos, é mais do que uma vitória esportiva; é uma vitória simbólica. É a prova de que, mesmo em um país que mata seu povo negro em um ritmo de guerra, ainda há espaço para a glória, para o orgulho e para a celebração de nossas raízes.


Rebeca Andrade não apenas ganhou medalhas; ela ganhou corações. Sua trajetória é uma prova viva de que, com apoio e determinação, os sonhos mais impossíveis podem se tornar realidade. Viva o Bolsa Atleta, viva o Brasil das periferias, viva as mães pretas, porque sem elas não haveria Rebeca e não haveria Brasil. Viva a cultura das frestas, que floresce mesmo nas condições mais adversas. Que o exemplo de Rebeca inspire muitos outros a seguir seus passos, e que possamos, como nação, valorizar e investir em nossos talentos, onde quer que eles estejam. Vai, Rebeca! Vai, Brasil!



LEIA TAMBÉM

Buscar

Alterar Local

Anuncie Aqui

Escolha abaixo onde deseja anunciar.

Efetue o Login

Recuperar Senha

Baixe o Nosso Aplicativo!

Tenha todas as novidades na palma da sua mão.