Céu Abreu

Por que precisamos de candidatos aliados das mulheres, das negritudes e de LGBT’s?

Goiás 246
Por que precisamos de candidatos aliados das mulheres, das negritudes e de LGBT’s?

Ser uma mulher trans, negra e da periferia no Brasil é viver enfrentando desafios constantes e diários. O cenário é especialmente difícil quando observamos a falta de políticas públicas que realmente atendam às necessidades das mulheres, da população negra e LGBTI+. A ausência de representatividade política eficaz contribui para a perpetuação dessas dificuldades. No entanto, a esperança e a luta por mudanças permanecem vivas, e é crucial eleger candidatos comprometidos com essas causas.

Em Anápolis, assim como em muitas cidades, a ausência de políticas públicas voltadas às causas das mulheres, da negritude e da população LGBTI+ é notável. Quando observamos tanto a Câmara quanto o executivo, fica evidente a falta de ações concretas que atendam essas populações. Essa carência de representatividade e de políticas direcionadas agrava as dificuldades enfrentadas diariamente por essas comunidades.

A questão da saúde é um ponto crítico. Atualmente, a estrutura dedicada às necessidades específicas da população trans em Goiás se resume ao ambulatório trans no Hospital Geral de Goiânia (HGG). A falta de unidades e serviços especializados em outras cidades impede que muitas pessoas recebam o atendimento adequado, perpetuando desigualdades e aumentando o sofrimento. São pouquíssimas outras cidades que possuem atendimento especializado para a população trans e intersexo.

A violência contra essas populações é uma realidade brutal. Em Anápolis, a resposta a essas situações é ineficaz, deixando esses grupos que sofrem violências sem o suporte necessário. A falta de um atendimento especializado e de políticas de prevenção e combate à violência revela uma falha grave no sistema de proteção social.

A empregabilidade é fundamental para garantir dignidade e emancipação. No entanto, a discriminação e a falta de oportunidades são barreiras significativas para mulheres, pessoas negras e pessoas LGBTI+. Sem políticas de inclusão no mercado de trabalho, essas comunidades continuam marginalizadas e vulneráveis.

Embora existente, o Conselho de Promoção da Igualdade Racial, enfrenta um apoio limitado e insuficiente por parte do executivo. Vale ressaltar que, embora alguns vereadores façam eventos para homenagear a negritude e a diversidade, ainda é necessária uma rede de proteção mais eficaz para todos esses grupos. A rede de proteção às mulheres, por exemplo, permanece desarticulada, necessitando de uma reestruturação urgente para atender às demandas atuais.

Outro aspecto crucial é a situação dos jovens na periferia, que carecem de acesso a esporte, cultura e lazer. Essas atividades são essenciais para o desenvolvimento saudável e para a prevenção da violência e do envolvimento com atividades ilícitas. Investir nesses setores é investir no futuro de nossa sociedade.

Representatividade política é vital para que as vozes dessas comunidades sejam ouvidas e suas necessidades atendidas. Precisamos de candidatos que não apenas se identifiquem com essas causas, mas que também estejam comprometidos em lutar por elas. Quando a representatividade direta não for possível, é essencial eleger aliados comprometidos com a causa, que possam atuar em parceria com os coletivos e grupos sociais que conhecem as realidades e demandas dessas populações.

Os coletivos desempenham um papel crucial na articulação e mobilização das comunidades. Eles são os verdadeiros porta-vozes das necessidades e anseios desses grupos. Por isso, é fundamental que candidatos eleitos mantenham um diálogo constante com esses coletivos, garantindo que suas políticas sejam informadas e orientadas pelas experiências e conhecimentos daqueles que vivem essas realidades diariamente.

Em outubro de 2024, precisamos eleger candidatos aliados às causas das mulheres, da negritude e da população LGBTI+. Somente com representantes comprometidos e políticas públicas eficazes poderemos construir uma sociedade mais justa, inclusiva e equitativa. É imperativo que nossos governantes lembrem de todos e todas, especialmente daqueles que historicamente têm sido esquecidos e marginalizados. A luta por direitos e equidade é contínua, e a participação política é um passo fundamental nessa jornada.

Céu Abreu - Gestora de Diversidade e Inclusão e Comunicadora



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