Nova ministra dos Direitos Humanos deve demitir secretário acusado de assédio moral

À frente da pasta de Defesa da Criança e Adolescente, Claudio Augusto Vieira é alvo de denúncias de servidoras

Brasil de Fato
Nova ministra dos Direitos Humanos deve demitir secretário acusado de assédio moral Macaé manda reabrir investigação contra secretário do MCDH por suposto assédio moral. (Reprodução)

A nova ministra do Ministério dos Direitos Humanos e Cidadania (MDHC), Macaé Evaristo, deve demitir o secretário nacional de Defesa da Criança e do Adolescente do Ministério, Claudio Augusto Vieira da Silva, confirmaram fontes do ministério ao Brasil de Fato nesta segunda-feira (16). Segundo elas, a exoneração deve ser publicada no Diário Oficial da União (DOU) na terça-feira (17) e já foi comunicada ao secretário. 

Na última quinta-feira (12), foram reveladas uma série de denúncias contra o secretário por assédio moral contra servidoras da pasta. Após a divulgação da reportagem, a Corregedoria do ministério mandou reabrir os processos envolvendo Vieira.

Desde o recebimento das denúncias, a reportagem tenta contato com o secretário sobre o caso, sem sucesso.  

Conselho se manifesta 

Em nota enviada nesta segunda-feira (16), o Conselho Nacional dos Direitos da Criança e do Adolescente (Conanda) manifestou "acolhimento e solidariedade a todas as pessoas vítimas de violências". No comunicado, o Conanda repudia quaisquer formas de violência, "sobretudo contra as mulheres, crianças e adolescentes", e defende que sejam apuradas as denúncias contra o secretário.  

"O Conanda defende que sejam realizadas as diligências necessárias e a apuração rigorosa dos fatos, respeitando as garantias constitucionais de contraditório e de ampla defesa, resguardando o sigilo e proteção das pessoas envolvidas", diz o texto. 

A nota, assinada pela presidenta do conselho, Marina de Pol Poniwas, destaca que o Conanda não possui competência para apurar as denúncias, no entanto, se coloca à disposição para colaborar "no que for necessário" dentro dos limites legais e regimentais.  

"O Conanda reforça seu compromisso com a luta pela implementação do Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA) em nossa sociedade. Seguiremos atuando pela defesa e promoção dos direitos humanos de todas as infâncias e adolescências. Assim como pela justiça social, no enfrentamento ao racismo e às violências de gênero, que são obstáculos à garantia de direitos de crianças e adolescentes do nosso país", finaliza o texto.  

Relembre o caso 

Na última quinta-feira (12), o Brasil de Fato publicou matéria exclusiva com denúncias de servidoras contra o secretário. No mesmo dia, a Corregedoria do MDHC determinou a reabertura dos processos contra Vieira. "A Corregedoria entende ser pertinente a reabertura do processo para apuração dos novos fatos apresentados", declarou o órgão em nota.

Durante a apuração, a reportagem checou a existência de formalização das denúncias junto à Corregedoria e colheu relatos das vítimas. Em um deles, uma servidora descreve diversos casos de assédio moral, como ameaças públicas de exoneração, constrangimento e desqualificação de funcionários em reuniões, negativa do direito a férias e demissões surpresas, além de críticas às mulheres que gozavam de licença-maternidade.    

Outra ex-servidora guardou prints de mensagens trocadas com o secretário durante suas férias, em que o chefe questiona a liberação do período de descanso remunerado. Segundo ela, durante chamada telefônica, o secretário ameaçou abrir um processo administrativo para apurar a suposta irregularidade na concessão das férias. 

"É uma prática contumaz do secretário, oprime a maioria da equipe, com controle doentio, usa 'brincadeiras' preconceituosas e pejorativas, sobretudo contra as mulheres, e transforma o ambiente em opressor, portanto, enfermiço", afirmou a vítima, dizendo se sentir "desrespeitada, ultrajada como mulher e profissional".  

Durante o período de interinidade da ministra da Gestão e Inovação, Esther Dweck, à frente do MDHC, os servidores enviaram uma carta a ela pedindo providências sobre os casos. "O governo federal não pode mais pactuar com assédio moral e práticas misóginas, racistas, machistas e autoritárias, sobretudo no Ministério dos Direitos Humanos e da Cidadania", diz o texto. 




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