Estados Unidos vai levar 29 anos para “esverdear” sua matriz e Brasil pode ajudar, diz professor da UnB
O professor de economia da Universidade de Brasília (UnB) Jorge Arbache acredita que Brasil pode colaborar “oferecendo espaço para investimentos em empresas intensivas em energia”
O governo americano tem feito um grande esforço para descarbonizar sua economia, mas ainda assim os Estados Unidos devem levar 29 anos para conseguir tornar sua matriz elétrica tão renovável quanto a do Brasil, avalia o professor de economia da Universidade de Brasília (UnB) Jorge Arbache.
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Essa previsão, disse ele, já considera o conjunto de compromissos assumidos pelo país para “esverdear” fontes de energia.
“O Brasil tem uma janela de oportunidade gigantesca para colaborar com os Estados Unidos”, disse o professor da UnB, em painel de debate do Brazil-US Climate Impact Summit 2024. O evento é promovido pelo Valor e pela Amcham, na sede da Organização das Nações Unidas (ONU), em Nova York.
Segundo Arbache, o Brasil pode colaborar “oferecendo espaço para investimentos em empresas intensivas em energia”, como siderúrgicas que precisam reduzir o nível de emissões - ou “descarbonizar” - suas plantas de produção. Ele disse que esses setores precisam ter acesso a uma energia “barata e segura”.
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O professor da UnB explicou que o esforço feito pelos americanos demanda “subsídios brutais”, “discriminar” produtos e serviços que geram emissão de poluentes e “proteger” segmentos estratégicos alinhados ao modelo de transição energética. “O Brasil não precisa desses subsídios, a não ser para ‘startar’ alguns processos de maneira pontual”, destacou.