Princesinha do tráfico lavava dinheiro com venda de conteúdo adulto; operações se estendiam a Anápolis, Goiânia e outras cidades goianas

A mulher que aparece em fotos de viagens internacionais e que foi alvo de uma operação contra lavagem de dinheiro e tráfico, atuava como "operadora financeira" de um esquema criminoso, segundo a Polícia Civil. De acordo com a investigação, a suspeita usava contas bancárias em nome das filhas menores, de 6 e 17 anos, para receber o dinheiro do tráfico de drogas.
Além de atuar no tráfico de drogas, Francielly Paiva atuava no ramo de conteúdo adulto, vendendo pacotes de fotos e vídeos íntimos
A operação foi deflagrada na quarta-feira (9). A investigação aponta que a mulher está foragida na Europa e, por isso, o mandado de prisão contra ela não foi cumprido.
Cidades onde os mandados foram cumpridos:
- Goiânia (GO): 8 mandados não especificados;
- Buriti Alegre (GO): 1 mandado de busca e apreensão e 1 de prisão;
- Itumbiara (GO): 1 mandado de busca e apreensão;
- Anápolis (GO): 1 mandado de busca e apreensão;
- São Luís (MA): 1 mandado de busca e apreensão e 1 de prisão;
- Brasília (DF): 1 mandado de prisão;
- Catanduvas (PR): 1 mandado de busca e apreensão;
- Araguaína (TO): 1 mandado de busca e apreensão;
- Gurupi (TO): 1 mandado de busca e apreensão e 1 de prisão.
As últimas transações financeiras movimentadas pela suspeita foram feitas na França, mas não se sabe ao certo em que país ela se encontra atualmente. Um total de R$ 30 milhões foi lavado pela mulher, afirma a investigação.
Segundo a Polícia Civil, o dinheiro dos traficantes entrava nas contas usadas pela suspeita e era repassado para empresas de fachada e para familiares de traficantes presos. O g1 não conseguiu contato com a defesa da mulher até a última atualização desta reportagem.
Ao todo, a Operação Portokali cumpriu 30 mandados de prisão e busca e apreensão. Além de Goiás, a Polícia Civil expediu mandados para o Distrito Federal, Tocantins, Maranhão e Paraná.
Operação Portokali
Mulher investigada pela Polícia Civil de Goiás em operação contra o tráfico de drogas — Foto: Divulgação/PC-GO
A operação foi batizada de "Portokali", que significa "laranja" em grego, em referência ao país que a "operadora financeira" visitou recentemente, onde ostentou uma vida de luxo. A investigação começou com a prisão de um dos suspeitos em Itajaí (SC), após informações obtidas em seu celular apontarem vínculos com o tráfico de drogas e uma organização criminosa que atua em Goiás.
A partir daí, a polícia passou a investigar crimes de lavagem de dinheiro praticados pelo grupo. De acordo com a Polícia Civil, durante a investigação, foi possível identificar os principais “laranjas” e operadores financeiros, que movimentaram grandes quantias de dinheiro de origem ilícita.
Entre os investigados estão a irmã e a esposa de um homem preso na Penitenciária Federal de Catanduvas (PR) por tráfico de drogas. Um mandado de prisão contra a esposa foi cumprido, já a irmã, está foragida, segundo a investigação.