A Polícia Civil iniciou uma operação visando combater o desvio, venda e tráfico de medicamentos no Hospital Estadual de Trindade (Hetrin). A investigação teve início após a morte de uma ex-funcionária da unidade, que faleceu devido a uma overdose de morfina, um medicamento de uso controlado. A irmã da vítima procurou a delegacia para relatar que funcionários do hospital estariam fornecendo o medicamento à sua irmã.

Na manhã desta quarta-feira, 16 de outubro, agentes da Polícia Civil realizaram diligências no Hetrin para averiguar o controle de medicamentos. Durante a operação, foram encontradas irregularidades que levantaram suspeitas sobre a conduta de alguns funcionários da instituição.

Até o momento, duas pessoas foram levadas à delegacia após a descoberta de medicamentos em suas residências. A investigação aponta para possíveis crimes, incluindo peculato, associação criminosa e tráfico de drogas, envolvendo substâncias controladas.

Os medicamentos em questão incluem morfina, Tramal e Tramadol, que foram desviados e utilizados de forma inadequada. 

De acordo com o delegado, o hospital se considera uma vítima e já identificou e afastou cinco pessoas suspeitas de envolvimento no desvio de medicamentos. Todos os suspeitos são técnicos de enfermagem.

O desvio ocorria no momento da administração de medicações aos pacientes. Segundo as investigações, o processo funcionava da seguinte maneira: o médico prescrevia o remédio para um paciente internado, uma enfermeira liberava a medicação para os técnicos de enfermagem, que, em vez de aplicar no paciente, desviavam o medicamento para fora do hospital e posteriormente o vendiam.

A Polícia Civil confirmou que todos os suspeitos são técnicos de enfermagem e que os medicamentos desviados são controlados e devem ser administrados sob orientação médica. As investigações prosseguem para determinar há quanto tempo os técnicos de enfermagem estavam desviando os remédios do Hetrin.

Além disso, a polícia também investiga se esses profissionais retiravam medicamentos de forma ilegal de outros hospitais públicos, uma vez que os suspeitos atuavam em diferentes unidades de saúde.De acordo com a família da vítima, ela enfrentava problemas de depressão e tinha amizade com os profissionais que vendiam os medicamentos para ela. A mulher recebia morfina e a administrava em seu próprio corpo.

Em uma nota enviada para a imprenssa, o hospital afirmou que está colaborando com as investigações e que, assim que tomou conhecimento dos acontecimentos, a diretoria do Hetrin demitiu os funcionários envolvidos.

Nota na íntegra do Hetrin

O Hospital Estadual de Trindade informa que na manhã desta quarta-feira, 16, a Polícia Civil realizou uma diligência em computadores na farmácia da unidade. A equipe prontamente prestou total colaboração durante o procedimento e segue colaborando com a investigação.

Ressaltamos que o caso está sendo conduzido pelas autoridades policiais e a unidade está prestando todas as informações requeridas.

Esclarecemos que assim que teve ciência de fatos suspeitos, a diretoria demitiu os funcionários envolvidos.