Mesmo fora do segundo turno, Marçal continua a registrar doações de campanha
Valores contabilizados após a derrota do ex-coach nas urnas variam de R$ 0,01 à R$ 398,97 Mesmo derrotado nas urnas no dia 6 de outubro, Pablo Marçal (PRTB) continua a registrar doações na Justiça Eleitoral para sua campanha à Prefeitura de São Paulo. Até o fechamento da reportagem, haviam sido recebidos R$ 983,63 após o fim da participação dele na corrida eleitoral, segundo dados do Tribunal Superior Eleitoral (TSE).
As doações registradas após o fim do primeiro turno variam de R$ 0,01 à R$ 398,97. Desde o início da campanha, Marçal declarou ter recebido R$ 8.036.341,93. Ele não fez uso do fundo eleitoral ou do próprio dinheiro para financiar a campanha.
Marçal acabou fora do segundo turno da eleição de São Paulo após ficar atrás de Guilherme Boulos (PSOL) por apenas 56,8 mil votos, o equivalente a apenas 0,6% do total de eleitores paulistanos.
O prefeito Ricardo Nunes (MDB), que avançou ao segundo turno na liderança contra Boulos, teve cerca de 82 mil votos a mais do que o ex-coach.
Impacto do laudo falso
A divulgação de um laudo médico falso por Marçal para tentar associar, sem qualquer prova, Guilherme Boulos (PSOL) a um suposto uso de drogas, a dois dias do primeiro turno de São Paulo, pode ter afastado eleitores indecisos e estimulado uma migração de votos para Nunes na corrida pela prefeitura.
É o que sinaliza uma pesquisa qualitativa conduzida pelo Instituto Locomotiva.
Segundo o presidente do Instituto Locomotiva, Renato Meirelles, grupos de eleitores que não tinham o voto totalmente cristalizado, e que vinham sendo acompanhados pelos pesquisadores, passaram a se referir ao laudo como motivo para não votar em Marçal.
O ex-coach pode ficar fora das eleições até 2034, caso seja condenado na Justiça Eleitoral. A inelegibilidade vale por oito anos, e no caso dele também englobaria a disputa municipal de 2032.