O bloqueio do uso dos cartões do Bolsa Família para apostas esportivas já está em processo de implementação, informou nesta quinta-feira (17) o ministro do Desenvolvimento, Assistência Social e Combate à Fome, Wellington Dias. Ele explicou que a medida, já aprovada, está agora em fase técnica de execução. A declaração foi feita após reunião com o ministro da Fazenda, Fernando Haddad.

Dias detalhou que a proibição para o uso dos cartões do Bolsa Família em sites de apostas ocorre simultaneamente à antecipação da regra que proíbe o uso de cartões de crédito para apostas online. Segundo ele, a medida é geral, evitando a criação de preconceito contra os beneficiários do programa. “A regra vale para todos os cartões, incluindo o do Bolsa Família", afirmou o ministro.

Além disso, a Caixa Econômica Federal vai estabelecer um limite zero para transações com casas de apostas usando o cartão do Bolsa Família. Dias garantiu que as plataformas de apostas legalizadas estão colaborando com o governo para bloquear essas operações em seus sites.

O ministro reforçou que o cartão do Bolsa Família deve ser utilizado para atender às necessidades básicas, como alimentação, e que jogos de azar não são uma prioridade. Ele espera que o bloqueio entre em vigor "o mais rápido possível" e que as discussões com as empresas de apostas estão em andamento.

Em relação ao estudo do Banco Central que apontou que cerca de 5 milhões de beneficiários do Bolsa Família gastaram R$ 3 bilhões em apostas apenas em agosto, Wellington Dias destacou a importância de evitar a estigmatização do programa. Ele comparou a taxa de jogadores no programa (17,5%) com a da população geral (52%), ressaltando que apenas 1,4% usaram o cartão do Bolsa Família para apostas.

A mais recente atualização do Ministério da Fazenda informa que há 98 empresas e 215 bets autorizadas a operar apostas de quota fixa no Brasil. Outras 26 têm permissão para atuar em estados específicos. Em contrapartida, a Anatel começou a bloquear cerca de 2.030 sites irregulares na última sexta-feira (11), notificando 21 mil empresas de telecomunicações para suspender o acesso a essas páginas.