Lira vai anunciar apoio a Hugo Motta na sucessão para a presidência da Câmara
Líderes partidários vão participar do anúncio nesta manhã O presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL), formalizará nesta terça-feira o apoio a Hugo Motta (Republicanos-PB) para a sua sucessão a partir do ano que vem. Motta e o presidente nacional do Republicanos, Marcos Pereira (SP), que abriu mão da própria candidatura, estarão ao lado de Lira durante o anúncio.
Na sequência, ainda na manhã desta terça, o Republicanos e o PP oficializam a candidatura. Motta tem sinalização favorável das bancadas do PL e do PT. O partido do ex-presidente Jair Bolsonaro, entretanto, condiciona o apoio ao projeto que anistia envolvidos nos atos de 8 de janeiro.
Motta entrou na disputa após a saída de Pereira. A mudança provocou uma reviravolta na disputa e atrapalhou os planos do líder do União Brasil, Elmar Nascimento, antes tido como favorito para ter o apoio de Lira.
Campanha eleitoral
Os candidatos à sucessão de Lira usaram a campanha eleitoral para angariar votos. Motta viajou no sábado para Belém e participou da comemoração do aniversário do senador Jader Barbalho (MDB). Também participaram do encontro o governador do Pará, Helder Barbalho, e o ministro das Cidades, Jader Filho, ambos filhos do senador e também filiados ao MDB. O líder do Republicanos foi acompanhado de Lira e do presidente do PP, Ciro Nogueira, dois de seus principais padrinhos. Na próxima terça, o Republicanos e o PP vão fazer um evento de lançamento da candidatura de Motta.
Assim como o candidato do Republicanos, Elmar e o líder do PSD, Antonio Brito (BA), que também deseja concorrer à chefia da Câmara, almejam o apoio do MDB, mas a legenda tem sinalizado favoravelmente à Motta. O líder do MDB na Câmara, Isnaldo Bulhões (AL), é próximo do líder do Republicanos.
Apesar de manterem suas candidaturas, Elmar e Brito dizem que vão se unir futuramente contra o outro candidato.
No domingo da eleição, o deputado do Republicanos acompanhou os candidatos apoiados por ele na Paraíba. Ele e o líder da maioria no Congresso, deputado Aguinaldo Ribeiro (PP-PB), estiveram juntos do prefeito Cícero Lucena (PP-PB), que foi reeleito em João Pessoa.
Na capital paraibana, Motta minimizou a relação entre as eleições municipais e o processo de sucessão na Câmara.
– A interferência das eleições municipais na eleição da Câmara não é um fator decisivo, até porque a configuração da Câmara já está montada – disse ao acompanhar Lucena.
Motta também foi para Campina Grande, onde seu aliado Johnny Bezerra (PSB), também do grupo do governador da Paraíba, João Azevedo (PSB), perdeu para o atual prefeito Bruno Cunha Lima (União Brasil).
Na semana passada, Motta esteve no Mato Grosso do Sul e foi recebido pelo governador Eduardo Riedel (PSDB) e pela bancada de deputados federais do estado. Integrantes do PSDB no estado dizem que há uma tendência de apoiar Motta, mas outra ala do partido minimizou o encontro e avalia que a sigla tem compromisso de apoiar Elmar.
Elmar longe de Camaçari
No dia do segundo turno, o líder do União Brasil esteve longe da Bahia, sua base eleitoral, e preferiu acompanhar a votação da eleição em Goiânia. A única cidade baiana a ter segundo turno foi Camaçari, onde Caetano (PT) venceu Flávio (União Brasil).
Apesar de Flávio ser do partido de Elmar, o líder do União também quer o apoio do PT na disputa pela presidência da Câmara e ele esteve ausente da campanha da cidade no segundo turno. A eleição na cidade teve intensa participação de ACM Neto, vice-presidente do União Brasil e ex-prefeito de Salvador.
Já Elmar preferiu acompanhar o presidente do partido, Antonio Rueda, e foi para Goiânia, onde Sandro Mabel (União Brasil), candidato do governador de Goiás, Ronaldo Caiado (União Brasil), ganhou do bolsonarista Fred Rodrigues (PL). Nesse segundo turno, o PT declarou neutralidade, mas uma ala do partido deu apoio a Mabel nos bastidores.
Elmar também esteve junto com Brito em Fortaleza há duas semanas e ambos participaram de um evento de Evandro Leitão (PT), que derrotou André Fernandes (PL). A ida de Elmar contrariou a posição da maior parte do União Brasil no Ceará, que apoiou o candidato bolsonarista. Por sua vez, o PSD de Brito apoiou o petista desde o primeiro turno e indicou a deputada estadual Gabriella Aguiar como vice.
Diferente dos outros dois candidatos, Brito não acompanhou de perto a eleição em nenhuma cidade no dia do segundo turno. Ele esteve em Salvador concentrado em consolidar o saldo do PSD após o resultado final da eleição. Apesar disso, o deputado participou três vezes de eventos em Camaçari no segundo turno, onde apoiou o candidato do PT.