Caso Marielle: Ronnie Lessa e Élcio de Queiroz são condenados à prisão
Nesta quinta-feira (31), o Conselho de Sentença do 4º Tribunal do Júri do Rio de Janeiro condenou os ex-policiais militares Ronnie Lessa e Élcio de Queiroz pelos assassinatos da vereadora Marielle Franco (PSOL) e de seu motorista Anderson Gomes.
Após 2.423 dias do crime, os réus confessos foram sentenciados, com Lessa recebendo uma pena de 78 anos e 9 meses de prisão e Élcio de Queiroz sendo condenado a 59 anos e 8 meses. A decisão gerou grande emoção entre as famílias e amigos das vítimas, que aplaudiram a sentença.
Ronnie Lessa e Élcio de Queiroz foram condenados pelos assassinatos da vereadora Marielle Franco e do motorista Anderson Gomes, além da tentativa de homicídio contra a assessora Fernanda Chaves. O julgamento dos réus confessos teve início na manhã de quarta-feira (30) e se estendeu até as 18h30 desta quinta-feira (31).
Durante a leitura da sentença, a juíza afirmou: “Fica aqui, para os acusados presentes — e serve para os vários Ronnies e Élcios que existem por aí soltos — a seguinte mensagem: a Justiça, por vezes, é lenta, cega, injusta, torta, mas ela chega. A Justiça chega mesmo para aqueles que, como os acusados, acham que jamais serão atingidos por ela.” A juíza também manteve a prisão preventiva dos réus e negou o direito de recorrerem em liberdade.
Os réus foram condenados por duplo homicídio triplamente qualificado (motivo torpe, emboscada e dificuldade em garantir a defesa da vítima), além da tentativa de homicídio contra Fernanda Chaves, a única sobrevivente do ataque.
O julgamento ocorreu no 4º Tribunal do Júri da Justiça do Rio de Janeiro, mais de seis anos após o crime. Durante o atentado, Marielle foi atingida por três tiros na cabeça e um no pescoço, enquanto Anderson recebeu três tiros nas costas.
No primeiro dia de julgamento, nove testemunhas foram ouvidas, incluindo a sobrevivente Fernanda Chaves, que descreveu os momentos do ataque. Os réus acompanharam o julgamento por videoconferência de suas respectivas prisões: Lessa no Complexo Penitenciário de Tremembé, em São Paulo, e Queiroz no Complexo da Papuda, em Brasília.
Os promotores do Ministério Público do Rio de Janeiro apresentaram evidências durante o segundo dia do julgamento, reforçando a intenção de Ronnie Lessa de eliminar todas as testemunhas do crime. As defesas argumentaram que as condenações deveriam ser justas, considerando a natureza dos atos cometidos por cada réu.
A investigação do caso continua, com esforços em curso para identificar os mandantes do assassinato de Marielle Franco e Anderson Gomes.