Desmatamento na Amazônia cai 30,6% com menor área desmatada desde 2013
Pelo segundo ano seguido, desmatamento do bioma tem queda
O desmatamento na Amazônia Legal, de agosto de 2023 a julho de 2024, atingiu 6.288 km², representando uma redução de 30,6% em relação ao período anterior, segundo o Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe), em dados divulgados nesta quarta-feira (6). Esse valor marca o menor índice de desmatamento em 15 anos, segundo o Ministério do Meio Ambiente e Mudança do Clima (MMA), e é o menor em termos de área desde 2013.
Os dados, coletados pelo Projeto Prodes, sistema do Inpe que monitora o desmatamento anual nos nove estados da Amazônia Legal, apontam uma alta precisão de detecção via satélite, com margem de 10 metros, em regiões de corte raso e desmatamento progressivo por queimadas.
Durante a divulgação dos resultados no Palácio do Planalto, a ministra Marina Silva celebrou a redução significativa no último ano e destacou que, nos últimos dois anos, o desmatamento caiu 45%. Ela também ressaltou o impacto positivo dessa queda na mitigação das mudanças climáticas, que têm causado eventos extremos como enchentes e ondas de calor.
Rondônia registrou a maior queda no desmatamento, com 62,5%, seguido por Mato Grosso (-45,1%). Pará (-28,4%) e Amazonas (-29%) também mostraram redução. Em contraste, Roraima teve aumento de 53% no desmatamento.
No total, 78% dos 70 municípios prioritários na Amazônia reduziram o desmatamento. O governo federal estima que essa queda evitou a emissão de 359 milhões de toneladas de CO₂.
Entidades civis comemoraram os avanços, mas reforçaram a necessidade de manter e ampliar os esforços para enfrentar os desafios climáticos. Segundo Mariana Napolitano, do WWF-Brasil, "a queda no desmatamento da Amazônia é positiva, mas precisamos acelerar o ritmo para evitar eventos extremos no Brasil".
No Cerrado, o desmatamento entre agosto de 2023 e julho de 2024 foi de 8.174 km², uma redução de 25,7%, a primeira em quatro anos. A maior parte dessa atividade se concentrou nos estados de Maranhão, Tocantins, Piauí e Bahia (Matopiba), principais regiões agropecuárias do bioma. A Bahia apresentou a maior redução, com 63,3%, enquanto Maranhão, Piauí e Tocantins registraram quedas de 15,1%, 10,1% e 9,6%, respectivamente.