Golpistas do 8 de janeiro sabiam nomes, rotina e até armas de seguranças de Lula
A Polícia Federal, utilizando um software israelense, conseguiu recuperar arquivos eletrônicos apagados pelo tenente-coronel Mauro Cid, revelando detalhes cruciais sobre a tentativa de golpe de 8 de janeiro de 2023. Essas informações levaram à convocação de novas testemunhas, incluindo um general das forças especiais do Exército e o ex-diretor da Abin do governo Bolsonaro.
As investigações descobriram que os golpistas haviam coletado informações detalhadas sobre a segurança do presidente Lula e do ministro Alexandre de Moraes, incluindo nomes, rotinas e armamentos. Isso sugere que planejavam confrontos potencialmente violentos para capturar ambos, embora no dia do ataque, nem Lula nem Moraes estivessem em Brasília.
Alexandre Ramagem, ex-diretor da Abin, e o general Nilton Diniz Rodrigues prestaram depoimentos à PF esta semana. Ramagem, um policial federal, dirigiu a agência de inteligência durante o governo Bolsonaro, enquanto Diniz Rodrigues, atualmente comandante da Segunda Brigada de Infantaria de Selva, tem histórico nas forças especiais.
Com essas novas descobertas, o ministro Alexandre de Moraes estendeu o prazo do inquérito por mais 60 dias. O indiciamento dos envolvidos - líderes, executores e financiadores - é esperado para o final de 2024 ou início de 2025. Jair Bolsonaro, um dos investigados, já busca anistia no Congresso, mesmo antes de qualquer denúncia formal.