Um grupo de cientistas brasileiros desenvolveu a primeira caneta autoinjetável de adrenalina no país, oferecendo uma alternativa mais acessível para tratar reações alérgicas graves, como a anafilaxia. A medicação, que é a única capaz de combater esses casos, é comumente encontrada em outros países, mas no Brasil, o modelo autoinjetável ainda era importado, o que torna seu preço elevado.

A adrenalina é essencial para o tratamento imediato da anafilaxia, uma reação alérgica potencialmente fatal. Apesar da redução dos custos de importação após a quebra do monopólio, a medicação permanece inacessível para grande parte da população, sendo comercializada por valores que podem variar de R$ 3 mil a R$ 4 mil, um preço inviável para muitos brasileiros.

O neurofisiologista Renato Rozental, responsável pela pesquisa, explica que o novo protótipo nacional não é uma inovação radical, mas é um avanço significativo para garantir o acesso ao tratamento no Brasil. O modelo foi desenvolvido com base em dispositivos já existentes no mercado internacional, e seu custo estimado é de R$ 400.

Rozental também destacou que a Anvisa firmou um acordo com a FDA, a agência de medicamentos dos Estados Unidos, que pode acelerar a aprovação de novos dispositivos no Brasil. Caso a caneta seja aprovada, ela poderá ser distribuída em até 11 meses.

A pesquisa é um passo importante para garantir a acessibilidade a tratamentos de emergência para anafilaxia, especialmente em um momento de crescente número de casos de alergias alimentares e medicamentosas no Brasil.