Morte em Guarulhos indica que atiradores tinham treinamento e informação privilegiada
A investigação conduzida pelo Departamento de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP) sobre o assassinato do empresário Antônio Vinícius Lopes Gritzbach, de 38 anos, no aeroporto internacional de Guarulhos, aponta que o crime foi cuidadosamente planejado, com apoio de informações privilegiadas e execução por um grupo com treinamento especializado.
Segundo informações fornecidas por policiais envolvidos na investigação à Folha, o ataque não foi inesperado, dado que Gritzbach tinha muitos inimigos. Ele era suspeito de ordenar a morte de dois integrantes do PCC e havia fechado um acordo de delação com a Justiça. O que surpreendeu as autoridades foi a escolha do local do crime — um ambiente de alto monitoramento e presença de forças de segurança.
As imagens analisadas sugerem que os atiradores eram altamente treinados e usaram fuzis 7.62, armamento típico de equipes de elite. A forma como o grupo se aproximou de Gritzbach e a escolha da "rajada" do disparo mostram intenção clara de intimidação e execução. Um guarda municipal que estava no local não conseguiu reagir, e os investigadores consideram que ele agiu corretamente ao evitar confronto direto, dada a superioridade de armamento dos criminosos.
A segurança da vítima, composta por uma escolta de quatro policiais, também está sob investigação. Apenas um deles estava próximo de Gritzbach no momento do ataque, enquanto outros dois alegaram que o carro da equipe quebrou, impossibilitando a aproximação. Esses policiais foram ouvidos e tiveram seus celulares apreendidos. As autoridades acreditam que, se todos os seguranças estivessem presentes, o empresário possivelmente teria sobrevivido ou haveria um confronto com mais vítimas, já que os policiais pertenciam à Força Tática.
A Polícia Civil já possui uma lista de suspeitos e espera realizar prisões em breve. Eles também aguardam resultados da perícia em digitais e DNA coletados no veículo abandonado pelos criminosos. O governador Tarcísio de Freitas solicitou prioridade no caso, e a Polícia Civil está empenhada em esclarecer o crime.