PCC ofereceu R$ 3 milhões para matar empresário; vítima gravou a conversa

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PCC ofereceu R$ 3 milhões para matar empresário; vítima gravou a conversa O empresário Antônio Vinícius Lopes Gritzbach, suspeito de envolvimento na morte de um membro do PCC Imagem: Divulgação

O empresário Antônio Vinícius Lopes Gritzbach, de 38 anos, assassinado na última sexta-feira no aeroporto de Guarulhos, havia entregado ao Ministério Público de São Paulo (MP-SP) um áudio revelador que expunha uma negociação para sua morte, com o valor de R$ 3 milhões. A gravação foi feita por Vinícius no próprio escritório e repassada aos promotores do Gaeco (Grupo de Atuação Especial e Combate ao Crime Organizado), logo após o acordo de delação premiada que ele firmou com o MP-SP ser homologado pela Justiça em 24 de abril deste ano.

A gravação foi possível graças ao envolvimento de um policial civil, amigo próximo de Vinícius, que trabalhava com ele. Durante uma ligação telefônica recebida por esse policial — feita por alguém ligado a acionistas de uma empresa de ônibus paulista com supostos vínculos com o PCC — a conversa foi colocada no viva-voz, permitindo que Vinícius ouvisse tudo e gravasse a negociação. Os interlocutores discutem valores, e um deles pergunta se "três está bom", em referência ao pagamento de R$ 3 milhões pelo assassinato do empresário. Em seguida, a pessoa ao telefone questiona se seria fácil "resolver" (matar) Vinícius e se ele estaria “voando” (saindo de casa). O policial responde afirmativamente, mencionando que ele estava acompanhado de seguranças.

Ao final da ligação, o policial diz a Vinícius: "você escutou, você é meu irmão", e questiona por que queriam matá-lo, sugerindo ainda que "pegariam" o mandante da ameaça. Ele orienta Vinícius sobre a melhor forma de conduzir sua defesa no processo em que o empresário era investigado pelos assassinatos de dois membros do PCC: Anselmo Becheli Santa Fausta, conhecido como Cara Preta, e Antônio Corona Neto, o Sem Sangue. Os dois foram mortos em 27 de dezembro de 2021 em São Paulo, e, dias depois, Noé Alves Schaum, acusado de executar o crime, também foi assassinado.

Segundo as investigações, Vinícius teria ordenado a morte de Cara Preta após desviar R$ 40 milhões que a vítima havia entregado a ele para investimentos em criptomoedas. Depois que o golpe foi descoberto, o empresário passou a receber ameaças de morte, as quais se intensificaram após a delação.

Além do áudio, Vinícius revelou ao Gaeco casos de corrupção e extorsão envolvendo policiais civis de várias unidades, incluindo o DHPP, o Deic e o 24º Distrito Policial (Ermelino Matarazzo). O policial civil que havia participado da ligação gravada foi preso pela Polícia Federal em uma investigação paralela, mas as ameaças contra Vinícius continuaram a aumentar após a delação premiada.




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