Protecionismo de Trump pode influenciar UE e acentuar cobranças ao agro brasileiro
O ex-ministro da Agricultura e professor emérito da Fundação Getúlio Vargas (FGV), Roberto Rodrigues, alertou, nesta sexta-feira (8/11), para uma potencial intensificação do discurso protecionista global, após a vitória presidencial de Donald Trump, nos Estados Unidos.
Em entrevista à rádio CBN, Rodrigues falou que a narrativa trumpista pode gerar um “risco de efeito protecionista” em países desenvolvidos, como os da União Europeia, prejudicando tratativas comerciais, como o Acordo entre UE e Mercosul.
“Há um risco de efeito dominó do protecionismo Trump para o globo”, disse. Rodrigues acrescentou que o mundo estará de olho e, no caso do agronegócio brasileiro, é o momento ideal para acelerar a definição do debate do acordo entre os países europeus e sulamericanos. O tema se arrasta há décadas e, sob pressão de maior protecionismo econômico e comercial, a desvantagem fica para a América Latina, em especial para o Brasil, acrescentou o professor.
Segundo o especialista, o cenário pode acentuar as cobranças e regras de entrada de produtos e alimentos. O agro brasileiro, que é um dos maiores fornecedores para o bloco, já está sob pressão da lei antidesmatamento proposta pela Europa.
Assim como outras nações fornecedoras de alimentos, o governo brasileiro aguarda que o Parlamento europeu defina oficialmente a postergação da vigência da legislação para daqui um ano, já que o prazo previsto é 30 de dezembro. A reunião do Parlamento acontece nos próximos dias 13 e 14 de novembro, em Bruxelas.