Cinco anos após perder o certificado de eliminação do sarampo, em 2019, o Brasil recebeu novamente o status de país livre da doença, concedido pela Organização Pan-Americana da Saúde (Opas). O último caso registrado no país ocorreu em junho de 2022, no Amapá.

Durante cerimônia realizada em Brasília nesta terça-feira (12), Jarbas Barbosa, diretor da Opas, destacou a importância da liderança política e da capacidade técnica na luta contra o sarampo, mencionando a participação do presidente Lula no fortalecimento do programa de imunização. Lula, que recebeu o certificado pessoalmente, ressaltou a competência do sistema de vacinação brasileiro como fator decisivo para a retomada da certificação.

A Opas também celebrou o avanço da cobertura vacinal nas Américas, região que se destacou na recuperação dos índices de vacinação pós-pandemia. Barbosa, no entanto, alertou sobre a permanência do risco de importação do sarampo de outras regiões, enfatizando a necessidade de manter elevados índices de vacinação e vigilância.

Para a ministra da Saúde, Nísia Trindade, a reconquista do status é fruto do esforço conjunto entre governos, comunidade científica e sociedade, mas destacou que o trabalho deve continuar, pois o vírus ainda circula em outras partes do mundo.

A presidente da Sociedade Brasileira de Imunizações, Mônica Levi, alertou para a necessidade de mobilização contínua para garantir que o Brasil mantenha o status e evite retrocessos, mencionando que o sarampo não é a única doença que exige atenção.

A trajetória do Brasil no combate ao sarampo começou com a eliminação da doença em 2016, mas o aumento da circulação do vírus em 2018 e 2019, associado a baixas coberturas vacinais e à migração, resultou na perda do certificado. O país agora celebra a retomada dessa importante conquista, mas com o compromisso de seguir vigilante.