Ex-astronauta Marcos Pontes critica atentado ao STF e é alvo de ataques de bolsonaristas; "esqueceu o cérebro no espaço"
O ex-ministro e aliado de Jair Bolsonaro, senador Marcos Pontes (PP-SP), gerou polêmica entre os próximos do ex-presidente ao compartilhar um vídeo em seu Instagram, onde classifica as explosões na Praça dos Três Poderes, ocorridas na quarta-feira (13), como terrorismo. Ele destacou que "o Brasil não pode se tornar um Irã!".
Ronny Santos/Folhapress
Essa afirmação contrasta com a narrativa de Bolsonaro e de seus aliados, que sustentam que o indivíduo que lançou explosivos no Supremo Tribunal Federal (STF) estava com problemas mentais e agiu de forma isolada. A intenção é que o reconhecimento do ato como terrorismo, atualmente sob investigação da Polícia Federal, não impeça a aprovação de uma anistia para os condenados pelos eventos de 8 de janeiro.
"O Brasil não pode se tornar um Irã! Esse negócio de terrorismo tem que parar!", escreveu o Astronauta no vídeo que mostrava as imagens das explosões.
"O cérebro do astronauta ficou no espaço e não retornou com ele", afirmou um interlocutor do ex-presidente.
O advogado e ex-secretário de Comunicação Fabio Wajngarten afirma que cogita até mesmo "ligar para o Elon Musk [bilionário dono do X e da SpaceX] para tentar localizar o cérebro dele, que deve estar perto de Marte e até de Plutão, ou então perdido em algum buraco negro do Universo".
Em outros comentários em grupos de WhatsApp, bolsonaristas afirmaram que Pontes "enlouqueceu de vez".
"Terrorismo no Brasil???", questiona um deles.
Nesta quinta (14), o próprio Jair Bolsonaro escreveu em seu perfil no X que o atentado foi "um fato isolado, e ao que tudo indica causado por perturbações na saúde mental da pessoa que, infelizmente, acabou falecendo".
"Já passou da hora de o Brasil voltar a cultivar um ambiente adequado para que as diferentes ideias possam se confrontar pacificamente, e que a força dos argumentos valha mais que o argumento da força. A defesa da democracia e da liberdade não será consequente enquanto não se restaurar no nosso país a possibilidade de diálogo entre todas as forças da nação", afirmou o ex-presidente
"E as instituições têm um papel fundamental na construção desse diálogo e desse ambiente de união", seguiu ele. "Por isso, apelo a todas as correntes políticas e aos líderes das instituições nacionais para que, neste momento de tragédia, deem os passos necessários para avançar na pacificação nacional. Quem vai ganhar com isso não será um ou outro partido, líder ou facção política. Vai ser o Brasil."