Alok participa de evento no G20 sobre questões indígenas: 'Aos poucos, a gente vai reflorestando as mentes'
Neste domingo, Alok vai sair do palco e se juntar ao Global Citizen NOW no Rio de Janeiro, evento paralelo ao G20, para discutir os desafios globais e as ações necessárias para enfrentá-los. O DJ e produtor será um dos palestrantes, falando sobre o papel dos artistas na defesa de causas sociais e ambientais, e a conexão entre música, ativismo e sustentabilidade.
Alok, que tem se dedicado a causas indígenas e ambientais desde 2015, destacará a importância da indústria do entretenimento como transformadora das percepções globais. "Precisamos abraçar as questões indígenas e suas culturas, pois elas nos guiam para um futuro mais sustentável, com a tecnologia a serviço do meio ambiente", afirma ele.
O envolvimento do DJ com as causas ambientais começou após um período difícil em sua vida, quando assistiu a um vídeo sobre o povo Yawanawá, no Acre. Ele foi até a Amazônia, passou dez dias com a comunidade e desde então tem levado a mensagem dos povos indígenas em sua música e ações sociais.
Com 23,8 milhões de ouvintes mensais no Spotify, Alok acredita que sua música tem o poder de "reflorestar" a atenção dos jovens para as questões ambientais. "Muitos jovens que não tinham contato com a causa indígena passaram a se engajar, graças ao meu trabalho nas redes sociais e nos shows", diz o artista, que também ajudou vários estudantes a desenvolverem o tema do Enem de 2022 sobre valorização de comunidades tradicionais.
Apesar do avanço, Alok sente que a mobilização em torno das causas ainda é insuficiente. "Não basta só falar, é preciso agir. O discurso deve ser acompanhado de atitudes concretas", afirma.
Além de sua participação no Global Citizen NOW, Alok foi indicado ao Grammy Latino 2023, onde concorreu como melhor performance de música eletrônica com a faixa "Pedju Kunumigwe", do álbum Futuro Ancestral. O álbum, inspirado no livro de Ailton Krenak, tem como objetivo amplificar a voz dos povos indígenas, e no evento ele se apresentou com o músico Mapu Huni Kuin, líder indígena que participou das gravações.
Alok também anunciou o lançamento da coleção Sons Nativos pelo Instituto Alok, que registrará músicas indígenas nunca gravadas, contribuindo para a preservação das culturas amazônicas. O projeto está alinhado com a Década Internacional das Línguas Indígenas, em parceria com a UNESCO, e visa garantir que as tradições desses povos sejam eternizadas.