Cidade de Goiás celebra a imigração italiana com um memorial de R$ 5 milhões e um festival que atrai milhares de pessoas

G1
Cidade de Goiás celebra a imigração italiana com um memorial de R$ 5 milhões e um festival que atrai milhares de pessoas Reprodução

Da uva ao café, uma cidade de Goiás narra sua história enraizada em tradições italianas. Mais de 112 anos após a chegada dos imigrantes, famílias ainda se dedicam para preservar a cultura e as tradições da Itália em Nova Veneza, localizada na Região Metropolitana de Goiânia. Com uma festa cultural que atrai 120 mil visitantes anualmente e um memorial que custou quase R$ 5 milhões, a cidade se destaca como a maior representação da imigração italiana no Centro-Oeste brasileiro.


Inspirado na arquitetura do Palácio Ducal, o Instituto Cultural Ítalo-Brasileiro Oswaldo Stival e Edith é uma das principais atrações turísticas de Nova Veneza. O edifício original é considerado o símbolo da cidade de Veneza, construído no estilo gótico.


Vitrais, rica ornamentação e elementos pontiagudos que se elevam em direção ao céu são características marcantes do design do prédio erguido em Goiás. Em uma das laterais do instituto, há uma reprodução das casas que margeiam os canais de Veneza, conforme explicou o médico e idealizador do local, Alessandro Stival.


No encontro das duas laterais do edifício, que foi construído em uma esquina, existe uma estrutura de vidro que remete à proa de um navio. “É um paredão enorme de vidro, inclinado. Se você estiver de frente, é como se ela viesse para cima de você. A minha ideia era que simulasse a quilha [estrutura que passa por todo o casco e chega à ponta] de um navio, que foi como os italianos vieram para Goiás”, explicou o médico.



Além de incorporar o estilo arquitetônico veneziano ao interior do Brasil, o instituto oferece um espetáculo de luzes e som todos os finais de semana. Segundo Alessandro, o prédio foi financiado com recursos particulares da família Stival. Do total de quase R$ 5 milhões investidos no projeto, aproximadamente R$ 2 milhões foram destinados à iluminação.


“Tivemos a ideia a partir do show do Bellagio, em Las Vegas, onde a fonte dança de acordo com o ritmo da música. Em Nova Veneza, as luzes dançam de acordo com a música, somente músicas italianas”, contou.


O instituto também abriga um acervo que narra a história da imigração italiana em Goiás, com objetos e documentos que relatam a trajetória dos italianos desde sua origem no Vêneto, no nordeste da Itália, até sua chegada ao estado.


Festival

O Festival Italiano de Nova Veneza também foi idealizado pela família de Alessandro. Oswaldo Stival, avô do médico e então prefeito da cidade, teve a iniciativa de criar o evento para promover o turismo local em 2000. “Ele saiu do papel em 2003 e foi o primeiro festival de gastronomia do estado de Goiás”, afirmou.


Realizado em junho, o Festival Italiano de Nova Veneza atrai cerca de 120 mil pessoas anualmente, um número quase 12 vezes superior à população da cidade, que conta com 9,4 mil habitantes. Durante quatro dias de evento, turistas desfrutam de comidas e apresentações culturais, imergindo na cultura italiana.


Pratos do Festival Italiano de Nova Veneza — Foto: Divulgação / Festival Italiano de Nova Veneza


A história de Nova Veneza remonta a 1912, quando a família do médico Alessandro Stival se mudou para a região. Os imigrantes vieram de uma província do Vêneto, na Itália, em busca de melhores condições de vida e trabalho.


A família adquiriu uma propriedade rural e se estabeleceu na área. Doze anos depois, o patriarca João Estival, tataravô de Alessandro, dividiu parte de suas terras em lotes e ofereceu a agricultores, comerciantes e outros profissionais interessados em se instalar no local.


O loteamento foi registrado em cartório em 5 de junho de 1924, data que justifica a realização do Festival Italiano anualmente nessa mesma data.


A região que hoje abriga Nova Veneza era conhecida como “Colônia de Italianos” até que, devido a conflitos da Segunda Guerra Mundial, seu nome foi alterado para Goianás. Somente em 1958 a cidade recebeu a denominação de Nova Veneza.


A economia do município é impulsionada pelo turismo, mas a tradição agrícola que os italianos trouxeram para Goiás ainda se reflete nas atividades econômicas de Nova Veneza. Após o turismo, a agropecuária é a principal atividade econômica da cidade, que se destaca na produção de hortaliças.


O Instituto Cultural Ítalo-Brasileiro Oswaldo Stival e Edith funciona de quarta a sexta-feira, das 14h às 18h; aos sábados, das 9h às 20h; e aos domingos, das 8h às 12h. A entrada é gratuita e não é necessário agendar a visita.


O espetáculo de luzes ocorre apenas nos finais de semana. Às sextas e sábados, há duas apresentações: a primeira às 20h40 e a segunda às 21h. No domingo, há uma única sessão, que acontece às 20h30.


O instituto está situado na Praça Matriz de Nova Veneza, na Avenida Vereador José Francisco Silva, número 396, Casa 01, no Setor Central.




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