Reunidos em Brasília, Lula e Xi Jinping assinam 37 acordos, mas Brasil não adere à Nova Rota da Seda

O GLOBO
Reunidos em Brasília, Lula e Xi Jinping assinam 37 acordos, mas Brasil não adere à Nova Rota da Seda Reprodução

Durante a visita de Estado do presidente da China, Xi Jinping, nesta quarta-feira no Palácio da Alvorada, em Brasília, o Brasil assinou 37 acordos com o país asiático em diversas áreas, mas não aderiu à Nova Rota da Seda, chamado de Cinturão e Rota, o trilionário programa de investimentos chinês.


Entre os acordos firmados entre Brasil e China estão a abertura de mercado para produtos agrícolas, intercâmbio educacional, cooperação tecnológica em várias áreas, como comércio e investimentos, infraestrutura, indústria, energia, mineração, finanças, comunicações, desenvolvimento sustentável, turismo, esportes, saúde, cultura.


Em relação à Nova Rota da Seda, foi firmado um protocolo sobre "sinergias", mas o Brasil não aderiu plenamente à iniciativa chinesa, como já havia antecipado ao GLOBO assessor especial de Lula para assuntos internacionais, Celso Amorim. A China é o principal parceiro comercial do Brasil, mas a diplomacia brasileira entende que não há benefícios em aderir integralmente à Nova Rota da Seda, em meio ao cenário internacional conturbado e também devido à tradição diplomática brasileira.


A íntegra ainda não está disponível e será publicada pelo Ministério de Relações Exteriores.


Parceira de primeira hora

Em seu pronunciamento após a reunião bilateral, Lula destacou que a visita de Estado do presidente chinês renova o "pioneirismo" da parceria entre os dois países.


--- Queremos elevar ao patamar de mundo sustentável. Queremos alicerçar a nossa parceria em áreas como Inteligência Artificial, saúde, economia digital. Por isso, estabelecemos parcerias com o PAC e Cinturão e Rota. Uma força tarefa sobre cooperação financeira e desenvolvimento sustentável será estabelecida e deverá traçar projetos prioritários em dois meses.


Segundo Lula, China e Brasil precisam trabalhar juntos e discutir como a cooperação dos dois países pode "reveberar pelo mundo". O presidente brasileiro citou que os dois países defendem um sistema internacional mais justo e ambientalmente sustentável. Disse ainda que têm entendimentos comuns para a crise na Ucrânia.


--- China e Brasil colocam a paz e o diálogo em primeiro lugar. Os entendimentos comuns para a crise na Ucrânia são exemplos da convergência. Jamais venceremos o flagelo da fome em meio à insensatez das guerras. A Aliança Global contra a Fome é uma das iniciativas mais importantes do G20. A China é nossa parceira de primeira hora.


O presidente ainda destacou que, sem paz, o mundo não poderá construir soluções para as crises climáticas.


--- A China confirma que há alternativas eficazes para isto. Estou confiante que a parceria excederá todas as expectativas e pavimentará o relacionamento bilateral.




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