Mais um general, ex-ministro de Bolsonaro é citado por Moraes sobre plano golpista
Um ex-ministro general do governo Jair Bolsonaro foi mencionado em uma decisão do ministro do STF, Alexandre de Moraes, relacionada às investigações sobre uma possível tentativa de golpe de Estado para impedir a posse de Lula em 2022. Na decisão que resultou na prisão de quatro militares do Exército e um policial federal, Moraes citou o general Luiz Eduardo Ramos, que exerceu funções como ministro da Secretaria de Governo e da Secretaria-Geral da Presidência durante a gestão de Bolsonaro.
Ramos, que também chefiou a Casa Civil no Palácio do Planalto, não havia sido destacado em decisões anteriores sobre o inquérito. Na decisão divulgada na terça-feira (19/11), seu nome foi mencionado pelo menos três vezes, sendo apontado como um dos contatos do general Mário Fernandes, um dos militares detidos na operação.
Moraes referiu-se a Ramos em relação a investigações da Polícia Federal. Em um dos trechos, menciona que ele recebeu uma mensagem de áudio de Mário Fernandes, que foi seu número dois na Secretaria-Geral da Presidência. Segundo a PF, o áudio, enviado em 4 de novembro de 2022, contém discussões sobre uma transmissão ao vivo feita por um influenciador argentino, onde Mário sugere que a live poderia ser utilizada para propagar a ideia de fraude nas eleições presidenciais de 2022, vencidas por Lula. Ramos, aparentemente, não respondeu.
Além disso, a PF relatou que, entre os dias 15 e 16 de novembro, Mário enviou outro áudio solicitando que Ramos "blindasse" Bolsonaro contra qualquer desestímulo ao apoio aos "atos antidemocráticos".
Na decisão de Moraes, que foi tornada pública, não há registro de qualquer resposta de Ramos. O ex-ministro general também não foi alvo de decisões do STF nem consta na lista de investigados. A situação dele difere da dos ex-ministros e generais da reserva Braga Netto e Augusto Heleno, que têm sido frequentemente mencionados como figuras centrais na suposta tentativa de golpe.