Em esforço desesperado de salvar delação Cid depõe sobre tentativa de golpe

Metrópoles
Em esforço desesperado de salvar delação Cid depõe sobre tentativa de golpe Reprodução

Nesta quinta-feira (21/11), o tenente-coronel Mauro Cid será ouvido pelo ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF). Durante a audiência, o militar precisará esclarecer as contradições entre seus depoimentos que sustentaram sua delação premiada e as evidências apresentadas pela Polícia Federal (PF) sobre um suposto plano de golpe de Estado.


A oitiva está agendada para as 14h, no STF, em Brasília. Normalmente, o ministro relator designa um juiz auxiliar para conduzir o depoimento, mas nesta data, será o próprio Moraes a liderar a sessão com Mauro Cid.


Esta é a segunda vez que Cid presta depoimento nesta semana. Na terça-feira, ele compareceu à sede da Polícia Federal em Brasília, onde depôs após a recuperação de arquivos deletados de seus dispositivos eletrônicos.


Se Moraes concluir que Cid mentiu ou omitiu informações durante sua colaboração com a PF, há a possibilidade de que sua delação seja revogada e ele retorne à prisão. Essa situação não seria inédita para o tenente-coronel, que em março deste ano foi preso após uma audiência no STF por descumprir medidas cautelares e obstruir a Justiça. Naquela ocasião, ele foi ouvido por um juiz do gabinete do ministro Alexandre de Moraes, e áudios vazados revelaram que Cid mencionou que os investigadores queriam que ele falasse sobre “coisas que não aconteceram”. “O Alexandre de Moraes é a lei. Ele prende e solta quando ele quiser… com Ministério Público, sem Ministério Público… com acusação, sem acusação”, disse Cid.


Plano Golpista

Na terça-feira (19/11), a Polícia Federal, com autorização do ministro Alexandre de Moraes, realizou uma operação que resultou na prisão de quatro militares e um policial federal. A investigação aponta que esses indivíduos estavam envolvidos em uma conspiração para assassinar o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), o vice Geraldo Alckmin (PSB) e o próprio ministro Alexandre de Moraes.


Todo o planejamento está documentado em um arquivo que descreve, em tópicos, uma operação relacionada a um golpe de Estado. O material apreendido pela PF inclui, entre outras coisas, solicitações de reconhecimento operacional e os armamentos necessários.


Os metadados indicam que o planejamento foi elaborado pelo general da reserva Mário Fernandes, enquanto ele ainda exercia a função de secretário-executivo da Secretaria-Geral da Presidência da República durante o governo de Jair Bolsonaro (PL). Na mesma operação da PF, ele foi preso.


Além disso, os investigadores descobriram que, no momento em que o documento foi impresso no Palácio do Planalto, em dezembro de 2022, o tenente-coronel Mauro Cid e o ex-presidente Jair Bolsonaro estavam presentes. A PF também revelou que havia um plano para prender e até assassinar o ministro Alexandre de Moraes em 15 de dezembro de 2022.


Passo a Passo do Plano Revelado pela PF

  • 12 de novembro de 2022

O tenente-coronel Mauro Cid, o major Rafael de Oliveira e o tenente-coronel Ferreira Lima se reuniram na residência do general Walter Braga Netto, em Brasília. Nesse encontro, o ministro Alexandre de Moraes começou a ser monitorado.


  • 14 de novembro de 2022

Após a reunião, Rafael Martins e Mauro Cid discutiram os custos da operação, estabelecendo um orçamento em torno de R$ 100 mil.


  • Entre 21 e 24 de novembro

As conexões dos celulares com Estações Rádio Base (ERB) mostraram que os dispositivos de Rafael de Oliveira e Helio Ferreira Lima estavam localizados em áreas relacionadas a Moraes, indicando atividades de monitoramento. Durante esse período, Lucas Guerellus e Rafael Martins de Oliveira alugaram carros, possivelmente para essas atividades.


  • Entre 6 e 7 de dezembro

Mauro Cid e Marcelo Câmara trocaram mensagens sobre o monitoramento de Moraes. Em 6 de dezembro, dados revelaram que Mauro Cid, Rafael Martins e Jair Bolsonaro estavam na área do Palácio do Planalto, onde o plano “Punhal Verde e Amarelo” foi impresso.


  • 8 e 9 de dezembro

As linhas telefônicas utilizadas na operação foram ativadas.


  • 10 de dezembro

Novas mensagens entre Cid e Marcelo Câmara confirmaram o monitoramento do ministro Alexandre de Moraes, com foco na cerimônia de diplomação marcada para 12 de dezembro.


  • 15 de dezembro


Este dia marcaria o clímax do plano, com a possibilidade de prisão e até execução do ministro Alexandre de Moraes em Brasília. Na data, seis militares estavam prontos para executar a ação, identificados por codinomes: “Alemanha”, “Argentina”, “Brasil”, “Áustria”, “Gana” e “Japão”. A trama era discutida no aplicativo Signal, e os membros foram adicionados ao grupo “Copa 2022” por volta das 20h20. No entanto, perto das 21h, após a notícia do adiamento de uma sessão do STF, "Alemanha" enviou uma mensagem ao grupo, abortando a missão.





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