Militar ‘kid preto’ será ouvido na próxima semana, e PF deve complementar relatório enviado ao STF sobre plano golpista

O GLOBO
Militar ‘kid preto’ será ouvido na próxima semana, e PF deve complementar relatório enviado ao STF sobre plano golpista Kids Pretos compostos pelas Forças Especiais do Exército — Foto: Divulgação / Exército Brasileiro

Preso preventivamente desde terça-feira, o tenente-coronel Rodrigo Bezerra Azevedo prestará depoimento à Polícia Federal (PF) na próxima semana. Azevedo é apontado como integrante de um grupo de elite do Exército, conhecido como "crianças pretas", e é suspeito de participar de um plano para capturar ou matar o ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Alexandre de Moraes, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva e o vice-presidente Geraldo Alckmin.

Azevedo é o único alvo de prisão preventiva na Operação Contragolpe que não está entre os 37 indiciados pela PF, que foram acusados de tentar executar um golpe de Estado. As informações sobre os envolvidos e os crimes a eles atribuídos foram enviadas ao STF em um relatório nesta quinta-feira. A PF deverá ouvir Azevedo na próxima semana e complementar o relatório com novos dados.

As investigações indicam que Azevedo fazia parte de um grupo secreto no aplicativo Signal, chamado "Copa2022". Nesse grupo, militares usavam codinomes de países, como Gana, Alemanha e Japão, para discutir o monitoramento e itinerário do ministro Alexandre de Moraes em Brasília. Azevedo era identificado pelo codinome "Brasil". O relatório da PF afirma que ele se associou a ações clandestinas para prender ou até executar o ministro, utilizando técnicas de anonimização para evitar a responsabilização criminal.

A defesa de Azevedo refutou as acusações, alegando que os fatos atribuídos a ele são falsos. O advogado pediu a transferência do tenente-coronel, que atualmente está preso no Rio de Janeiro, para Goiânia. O Exército, por sua vez, afirmou que não se pronuncia sobre processos em andamento.

Além da prisão preventiva, o ministro Alexandre de Moraes determinou o afastamento de Azevedo de suas funções. No final de 2022, ele estava lotado no Comando de Operações Especiais, em Goiânia.

A PF também identificou Azevedo como integrante de um grupo no WhatsApp, chamado “Dosssss!!!”, administrado pelo tenente-coronel Mauro Cid, ex-ajudante de ordens de Jair Bolsonaro. Em 30 de dezembro de 2022, Azevedo publicou uma mensagem no grupo lamentando a inatividade das Forças Armadas. "Rapaziada, esse grupo aqui pra mim perdeu a essência... deixo aqui um abraço pra fé de verdade, que fez o que pôde para honrar o próprio nome e as Forças Especiais... qualquer coisa, estou no privado!! Força!!", escreveu ele.

O relatório final sobre o esquema golpista, com 884 páginas, está sob sigilo judicial no Supremo Tribunal Federal. A expectativa é que o ministro Alexandre de Moraes, responsável pelo inquérito, encaminhe o documento à Procuradoria-Geral da República na próxima segunda-feira.




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