MP do TCU pede suspensão dos salários de Bolsonaro e outros militares
O subprocurador-geral do Ministério Público junto ao Tribunal de Contas da União (TCU), Lucas Furtado, pediu a suspensão do pagamento do salário do ex-presidente Jair Bolsonaro, que recebe R$ 12,3 mil mensais. Na representação, protocolada na sexta-feira (22/11), também são mencionados 24 militares, ativos e da reserva, indiciados pela Polícia Federal (PF) por envolvimento em uma tentativa de golpe de Estado. Entre os citados estão os generais da reserva Augusto Heleno e Braga Netto, cujos salários são, respectivamente, R$ 36,5 mil e R$ 35,2 mil, além do tenente-coronel Mauro Cid, que recebe R$ 27 mil.
Furtado enfatiza que, anualmente, os salários dos militares somam R$ 8,8 milhões. Ele argumenta que, ao permitir o pagamento dessas remunerações, o Estado estaria gastando recursos públicos com indivíduos que conspiraram para destruir o próprio Estado e instaurar uma ditadura.
Além disso, Furtado pediu o bloqueio de bens no valor de R$ 56 milhões dos 37 indiciados, bem como o compartilhamento do inquérito, que está sob segredo de justiça, com o TCU. O tribunal informou que ainda não iniciou o processo para avaliar a suspensão dos salários.
O subprocurador também destacou a relação entre a trama golpista dos indiciados e os danos aos cofres públicos, causados pela destruição do patrimônio público em 8 de janeiro de 2023, cujos prejuízos somam R$ 56 milhões. Ele considerou que, por essa razão, a medida cautelar deveria incluir a indisponibilidade dos bens dos envolvidos.