Vaca nelore alcança valor de R$ 24 milhões e se torna a mais valorizada do mundo

Folha de São Paulo
Vaca nelore alcança valor de R$ 24 milhões e se torna a mais valorizada do mundo A vaca Carina FIV do Kado, recordista mundial de preço da raça nelore ao ter valor previsto em R$ 24 milhões - Divulgação

A venda de um quarto dos direitos de uma vaca por R$ 6,015 milhões em um leilão realizado na última sexta-feira (22) fez dela a mais cara do mundo até hoje.

Carina FIV do Kado, com apenas três anos, é considerada a principal matriz nelore do momento no mercado de gado de elite brasileiro. Com a negociação, estima-se que o valor total do animal atinja R$ 24,06 milhões, superando a atual recordista mundial, Viatina-19 GIV Mara Móveis, que figura no Guinness Book.

Em um leilão realizado em junho do ano passado, Viatina-19 teve um terço de seus direitos vendidos por R$ 6,993 milhões, o que, na época, representava R$ 20,97 milhões (cerca de R$ 22,02 milhões atualizados pela inflação oficial, o IPCA). Viatina-19 é tricampeã da raça nelore, tendo conquistado os títulos da Expoinel (Exposição Internacional de Nelore) em 2023 e 2024, além de ter sido campeã na Expozebu – o principal evento da pecuária nacional, realizado em Uberaba (MG) neste ano.

Carina FIV do Kado também se destaca no mercado, sendo compartilhada entre três proprietários antes do leilão: Casa Branca Agropastoril, RS Agropecuária e Nelore RFA. Quando decidiram vender 25% dos direitos do animal, a Syagri Agropecuária, de Minas Gerais, tornou-se sócia.

O leilão aconteceu no Cataratas Collection, em Foz do Iguaçu (PR), e foi organizado pelas empresas que já possuíam participação nos direitos de Carina FIV – Casa Branca e RS Agropecuária.

Com isso, a Casa Branca Agropastoril agora detém os dois animais mais caros já comercializados no mundo. Além da empresa, Viatina-19 FIV Mara Móveis é de propriedade também da Agropecuária Napemo e da Nelore HRO. A principal diferença entre as duas vacas recordistas é a idade, com Carina FIV, aos três anos, tendo potencial para gerar ainda mais valorização no futuro, ao contrário de Viatina-19, que tem cinco anos e dez meses.

Em 2022, metade dos direitos de Viatina-19 foi vendida por R$ 3,99 milhões (equivalente a R$ 4,37 milhões corrigidos pela inflação), e pouco mais de um ano depois, um terço dos direitos foi vendido por R$ 6,993 milhões (R$ 7,34 milhões corrigidos).

Esses animais são altamente valorizados no mercado devido à sua genética consistente, pedigree de destaque e características produtivas, que se refletem diretamente na rentabilidade para os pecuaristas. O objetivo do melhoramento genético é garantir que o animal transmita essa genética aos seus descendentes, o que resulta em maior produção de carne em menos tempo e com menor custo. Por exemplo, Viatina-19 gerou mais de R$ 7 milhões em negócios em apenas um ano.

Em maio deste ano, uma bezerra ainda por nascer de Viatina-19 foi leiloada por R$ 3 milhões, com a renda destinada a vítimas de uma tragédia no Rio Grande do Sul.




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