Promessa de tarifa social fracassa na gestão Roberto Naves e custo do ônibus sobe para a população
Anunciado com pompa e circunstância, em março deste ano, o Vale-Transporte Social (VTS) previa que pessoas em situação de vulnerabilidade social, desempregados e mulheres vulneráveis ou vítimas de violência teriam gratuidade no transporte coletivo urbano. O benefício estava entre outras medidas anunciadas desde 2022 como um pacote para barrar o aumento da tarifa de ônibus da cidade de Anápolis, mas, apesar de prometido, não se cumpriu.
Na última sexta-feira (22), a prefeitura anunciou o aumento de 6% na tarifa do transporte coletivo, que passará a ser de R$ 5,25, a partir de 1º de dezembro. A tarifa que atualmente custa R$ 4,95 será ajustada para R$ 5,25 na bilhetagem eletrônica. Já o pagamento em dinheiro passará a custar R$ 6,00. O último aumento havia ocorrido em março de 2022, ou seja, a gestão de Roberto Naves (Republicanos) anunciou um pacote que solucionaria uma negociação iniciada dois anos atrás, mas, simplesmente não cumpriu e quem pagará a ineficiência será a população.
Em Goiânia, a população paga uma tarifa de 4,30 congelada desde 2019 e ainda desfruta de benefícios como o “bilhete único”, onde os moradores podem trocar de linha quantas vezes forem necessárias, no prazo de duas horas e meia. Também usufruem do Passe Livre do Trabalhador que oferece até oito deslocamentos diários, durante todo o mês, aos funcionários de empresas registradas; além de pagamento modernizado e biometria facial. Porém, toda a região metropolitana de Goiânia recebe um subsídio do Governo Estadual, que assume parte das despesas do transporte público. O mesmo não acontece em Anápolis.
Enquanto isso, em Anápolis, cidade territorialmente menor do que Goiânia, o cidadão irá pagar 5,25 levando em torno de duas horas para se locomover do Setor Summerville para o Reny Cury. Assim, alguém que mora no Setor do Summerville e trabalhar ou estudar no Instituto Federal de Goiás, precisará sair de casa às 5h da manhã para não se atrasar para a aula às 7h.
Troca de culpa
A Urban - Mobilidade Urbana de Anápolis SPE/Ltda responsabiliza a Prefeitura pelo não pagamento do Vale-Transporte Social conforme prometido, e a Prefeitura culpou o ano eleitoral como impeditivo.
A promessa não cumprida
Entre os projetos anunciados o objetivo era manter o valor das passagens sem aumento e estabelecer o Vale-Transporte Social, concedendo viagens gratuitas para pessoas em situação de vulnerabilidade social e mulheres vulneráveis ou vítimas de violência. A lei que institui o Vale-Transporte Social prevê a distribuição de até 80 passagens por núcleo familiar por mês, com o benefício concedido por até seis meses, podendo ser renovado após um intervalo de três meses. “Todos os três projetos foram pensados para que a população anapolina não sofra com o reajuste da passagem. O nosso intuito é garantir que o cidadão não tenha mais essa conta para pagar”, anunciou Roberto Naves quando foi divulgado como aprovado no dia 15 de março de 2024.
Vereadores da bancada do prefeito e o prefeito Roberto Naves (Republicanos) apresentam projetos que repõem salários de motoristas, mantém tarifa do transporte coletivo sem reajuste e criam o Vale-Transporte Social, em março de 2024. (Reprodução)
Para evitar possíveis greves no transporte coletivo, o prefeito propõe um aporte financeiro de R$1,3 milhão, para o reajuste salarial de motoristas e demais trabalhadores do transporte coletivo urbano, se autorizado pela Câmara Municipal. Além disso, a Prefeitura isentará a operadora do transporte coletivo do pagamento do Imposto Sobre Serviços (ISS) até o final do ano. O conjunto de medidas tinha como objetivo garantir o equilíbrio econômico-financeiro do sistema, assegurando o reajuste salarial dos motoristas e mantendo o preço da passagem inalterado.
Além dos projetos apresentados, o prefeito Roberto Naves anunciou que buscaria diálogo com o governo estadual para obter isenção de impostos sobre o diesel e pneus utilizados pela concessionária, visando garantir melhorias ao sistema. Outra solicitação é que o Estado custeie integralmente o Passe Livre Estudantil para os beneficiários do município, no entanto, apesar de Naves ter sido cabo eleitoral da candidata de Ronaldo Caiado na cidade, o diálogo ao que parece, não aconteceu.