Padre goiano que afirmou que Lula não tomaria posse e abençoou Forças Armadas é alvo de inquérito da PF sobre Golpe

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Padre goiano que afirmou que Lula não tomaria posse e abençoou Forças Armadas é alvo de inquérito da PF sobre Golpe Reprodução

Além do padre José Eduardo de Oliveira e Silva, que é um dos 37 indiciados pela Polícia Federal no inquérito sobre o golpe, outros dois sacerdotes católicos também são mencionados no relatório final da investigação.


No documento, a PF destaca um encontro entre Jair Bolsonaro e o padre Genésio Lamounier Ramos, ocorrido no dia 12 de dezembro de 2022.  Genésio, é uma figura conhecida da política goiana, natural de Itumbiara, na época do ocorrido, trabalhava na diocese de Anápolis. Esse encontro é citado ao relatar as declarações do então presidente dirigidas à militância bolsonarista na entrada do Palácio da Alvorada.


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Pe. Genésio em manifestação bolsonarista; Reprodução

Durante a visita, o padre foi recebido por Bolsonaro e, à beira do espelho d’água do Alvorada, fez uma oração que, segundo a avaliação da Polícia Federal, teria incitado "a realização de um golpe de Estado com a participação das Forças Armadas".

“Abençoai, Senhor, as nossas Forças Armadas, a maioria absoluta, a bandeira do Brasil, abençoai nossos soldados, oficiais, praças, suas famílias. Senhor, dai coragem a eles e inteligência para que nunca prestem continência para um bandido safado”, afirmou Genésio na ocasião.

“Após o dia 9 de dezembro, Jair Bolsonaro realizou pelo menos outros dois encontros com seus apoiadores no Palácio do Alvorada. No dia 12 de dezembro de 2022, o evento contou com a presença do padre Genésio Lamounier Ramos, que fez um discurso incitando a realização de um golpe de Estado com a participação das Forças Armadas”, diz a PF no relatório.

Não seria a última vez que Genésio incitaria motins por parte dos bolsonaristas, em um vídeo publicado nas redes sociais após o encontro com Bolsonaro ainda em dezembro de 2022, e ele diz:

"O fim não chegou, só chega com a morte. Cadê a sua bandeira? Vamos para as manifestações? Não tem nada de timing, não tem nada de tempo que passou. A bandeira que está no alto não é a preta de guerra, como alguém falou. É a bandeira escura, dizendo que o presidente está na sua casa. Ele não vai passar faixa, não reconheceu a derrota. Nós fomos roubados pelo TSE."


Terceiro padre no relatório

Além do padre Genésio e do padre José Eduardo, um terceiro sacerdote é mencionado de forma breve no relatório final da Polícia Federal sobre o inquérito do golpe. Este sacerdote é o padre Paulo Ricardo, que é conhecido na internet por sua postura conservadora.


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Pe. Paulo Ricardo e o ex-presidente Jair Bolsonaro; Reprodução


O padre Paulo é citado inicialmente em um e-mail enviado pelo padre José Eduardo a Filipe Martins, que na época era assessor para Assuntos Internacionais de Bolsonaro. No e-mail, ele faz referência ao colega e solicita um encontro com o ex-presidente.

“Sabendo da firme posição do presidente Jair Bolsonaro em defesa da vida e contra o aborto, Padre Paulo Ricardo de Azevedo Júnior e eu, que estamos há anos engajados no movimento pró-vida e conhecemos bem o desenvolvimento dos dispositivos facilitadores do aborto em nossa nação, gostaríamos de ter uma conversa privada com o presidente para lhe referir algumas iniciativas que podem ser tomadas imediatamente pelo Poder Executivo e que, portanto, são de seu especial interesse”, diz a mensagem destacada pela PF.

O padre Paulo Ricardo é mencionado em outro trecho do relatório. A Polícia Federal identificou uma troca de mensagens, ocorrida em 12 de dezembro de 2022, entre José Eduardo e o sacerdote, na qual Paulo Ricardo informa que está conversando com Filipe Martins.

“Ainda foi identificado um registro de conversa que reforça a ligação entre o padre José Eduardo e o ex-assessor Filipe Martins. Trata-se de um diálogo realizado com o contato salvo como ‘Paulo Ricardo de Azevedo Jr.’, vinculado ao número de telefone +5565….., o qual pertence a Paulo Ricardo de Azevedo Júnior, em 25/12/2022, período em que os investigados ainda nutriam a esperança de consumação do golpe de Estado. Na mensagem, José Eduardo diz: ‘Estou falando com o Filipe Martins'”, afirma a PF.


Apesar de serem mencionados no relatório final, os padres Genésio e Paulo Ricardo não constam na lista das 37 pessoas indiciadas pela Polícia Federal no inquérito sobre o golpe. O único sacerdote indiciado é José Eduardo.





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