Sem provas, vereador com histórico de assédios acusa servidores e presidente “rachadinha”


Sem provas, vereador com histórico de assédios acusa servidores e presidente “rachadinha” Reprodução

Na sessão plenária da Câmara Municipal de Uruaçu da última segunda-feira (25), o vereador Jullison de Sousa Lopes, conhecido como Gordinho Eventos, usou a palavra para fazer uma denúncia. Sem provas, o parlamentar afirmou que haveria um esquema de “rachadinha” envolvendo o salário de servidores efetivos da Câmara Municipal e o presidente da Casa, Fábio Vasconcelos.

A declaração do parlamentar registrada em vídeo é o ponto alto de um longo histórico de atos envolvendo ataques, humilhações, ofensas e condutas que se enquadram em assédio moral por parte do vereador contra a procuradora geral do Legislativo, Maria Amélia Borges Batista, e outros servidores.

Segundo relatos de servidores do Legislativo de Uruaçu, um trio de parlamentares de oposição costumava “eleger” a procuradora e o Controlador Interno, Luciano Bordiga, como alvos para promover ações consideradas persecutórias.

O questionamento que o vereador Jullison faz é sobre os salários de ambos, cujos valores foram definidos por progressão do Plano de Cargos e Salários da Câmara Municipal. “Não foi um aumento só para a doutora Maria Amélia, mas para todos os servidores efetivos”, explica Luciano Bordiga.

“O comportamento deste vereador é inadmissível, sempre muito descortês. Eu mesmo já presenciei vereadores desmerecendo, ofendendo e humilhando a servidora na frente dela”, relata Bordiga.

Segundo relatos internos da Câmara Municipal, o vereador costuma ser agressivo com a procuradora geral. “Ele pergunta para ela o que ela está fazendo aqui já que ela não serve para nada”, revela uma servidora que pediu para não se identificar.

Luciano Bordiga explica que a perseguição que Maria Amélia sofre por parte do político se dá, em grande parte, porque o parlamentar não vê suas ações políticas serem respaldadas juridicamente. “Ele quer que faça do jeito dele, mesmo sendo contrário a qualquer preceito legal”, explica.

Em um dos casos, a revolta de Jullison Sousa se deu porque uma de suas denúncias contra a gestão municipal foi arquivada no Tribunal de Contas dos Municípios (TCM). O vereador creditou à procuradora a falha em fazer com que as informações que leve levou fossem verdadeiras.

“Eu já me perguntei e perguntei a ela, por que ela não processa este vereador porque a conduta dele é inaceitável se fosse com um homem, mas com uma mulher é pior ainda”, destaca Luciano.

Após o vídeo, no entanto, o pacifismo da procuradora geral Maria Amélia Batista deve acabar. Ela anuncia que pretende ingressar com ações contra o parlamentar. Tanto para questionar sua conduta pessoal com ela como, ainda, para que ele prove as denúncias que fez sobre a prática de “rachadinha” dentro da Câmara Municipal.

“Ele confunde a imunidade parlamentar e promove perseguição. Ele faz isto porque sou mulher e ele se acha no direito de agir assim. Mas passou dos limites”, finaliza a procuradora Maria Amélia.

A reportagem entrou em contato com o vereador Jullison de Sousa Lopes, explicou de qual assunto se tratava, mas não obteve qualquer retorno. O espaço segue à disposição para que ele se pronuncie sobre o caso.




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