E quem poderia imaginar que toda a dedicação e sinceridade na luta pelos valores defendidos por bolsonaristas seria retribuída por seus líderes com o apelido recebido de “malucos” ao falarem do grupo dos malucos no whatsapp, onde distribuíam as notícias para seus militantes. E quem poderia imaginar que os patriotas seriam contra a redução de impostos para quem recebe até R$5 mil reais, eles não estava em defesa do melhor para os brasileiros?

Divulgando e buscando inflamar a massa como foi revelado pelos áudios expostos no inquérito que investiga o golpe planejado por Bolsonaro para retirar o governo eleito da cena, os detalhes sórdidos foram escancarados e foi de chocar não só as intenções de quem planejava, mas também a falta seriedade na relação com os próprios militantes da causa.

Em um roteiro digno de um filme de quinta categoria, Bolsonaro e seu divertido grupo de militares golpistas não se contentaram em ser apenas uma piada de mau gosto. As provas, coletadas pela Polícia Federal, são mais abundantes que as promessas de campanha do ex-presidente. Além do ex-presidente, impressionantes 36 (sim, trinta e seis) pessoas foram indiciadas. A festa foi tão exclusiva que, pasmem, até os militares de alta patente se sentiram à vontade para participar — afinal, quem não gostaria de um rolezinho com a galera do "golpe"?

O projeto, carinhosamente intitulado de "Punhal Verde e Amarelo", foi discutido em uma reunião "super secreta" na casa do general Braga Neto, que a investigação trouxe à tona com uma clareza de dar inveja: áudios, fotos, mensagens de texto e até CCTV. Parece que alguém estava um pouco empolgado demais. O castelo de cartas dessa quadrilha foi para o chão, quatro militares de elite já foram trancafiados, e 25 dos indiciados são militares com história, incluindo os generais que previamente serviram ao bon vivant Bolsonaro. 

Com um PL que se intrometeu na trama como uma sogra em jantar de Natal, e com Valdemar da Costa Neto também no barco, a investigação promete se estender mais do que as datas de aplicação do imposto de renda. O PL alugou o QG onde o plano golpista foi incubado como se fosse um Airbnb para golpistas.

Se a gritaria é forte dentro do PL e entre bolsonaristas, tentando a qualquer custo, desviar o foco do inquérito do golpe e transformar as boas pautas do momento como o fim da escala 6x1 ou a diminuição do IR para quem recebe menos em pautas negativas, por outro lado o Congresso mostra que melhorias para a população são prioridade fazendo uma paráfrase do último comunicado de Pacheco de não priorizar a isenção do imposto de renda. De memes à Fake News vale tudo para mudar o curso desfavorável para a extrema direita.

Agora Caiado, o pretenso presidenciável, sinaliza que pouco se importa com a democracia ao falar que as pessoas estão de saco cheio do inquérito sobre o golpe e que a vida precisa seguir, mostrando que gosta mesmo é de impunidade e falta de autoridade para liderar uma nação. Além de comprovar em atitudes que está aliado a essa nova (extrema) direita que pouco se importa com o bem-estar da população encaminhando um projeto para Alego em que pretende o aumento do custo dos combustíveis para os goianos.

Entre os malucos, os golpistas e uma direita que só pensa em si mesma e faz chantagem para voltar a receber as emendas parlamentares, onde faz muito para si com pouca transparência, resta atentar para o fato de que a história já nos ensinou que a anistia só abriu portas para novos golpistas, incluindo a fábrica de mamata e reacionários que se transformou as Forças Armadas.