Afastado politicamente do Sergio Moro (União Brasil), o ex-deputado federal Deltan Dallagnol (Novo) tem se aproximado de um desafeto antigo do senador: o governador do Paraná, Ratinho Júnior (PSD). A virada de chave na relação dos dois ocorreu durante as eleições municipais, quando Deltan deu apoio ao prefeito eleito de Curitiba e aliado do governador, Eduardo Pimentel (PSD). 

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Mesmo diante da ascensão de Cristina Graeml (PMB) e críticas de sua base por não migrar a um palanque mais extremista, Deltan Dallagnol manteve sua palavra com Pimentel, o que agradou Ratinho Júnior. Desde então, os dois tem participado de jantares e reuniões juntos.

Articuladores do ex-deputado afirmaram ao GLOBO que o sentimento do ex-procurador da Lava-Jato é de "encantamento". Como pano de fundo desta relação aparecem as eleições de 2026, quando Ratinho Júnior tem um projeto presidencial.
A expectativa é de que Deltan Dallagnol integre esta chapa e concorra ao Senado Federal. Cassado em 2023, com base na Lei da Ficha Limpa, a decisão do Tribunal Superior Eleitoral (TSE) não menciona que o ex-deputado estaria inelegível.

O plano de Deltan é testar sua viabilidade nas urnas.
Para o governo estadual, o prefeito de Curitiba, Rafael Greca (PSD) hoje desponta com favorito ao cargo, mas outras opções são consideradas à exemplo do vice-prefeito eleito Paulo Martins (PL). Neste contexto, Moro e Deltan Dallagnol podem estar em palanques opostos.
Isto porquê o grande objetivo do senador é concorrer ao comando do Palácio Iguaçu.

O nome de Moro não é viável para Ratinho Júnior, por rusgas passadas e o desejo do governador de ter um sucessor dentro do seu grupo político, em especial no PSD. Para o Senado, articuladores apontam que Rosangela Moro (União Brasil) pode ser a adversária de Deltan. Desde as eleições municipais, o casal tem se dedicado a fortalecer suas bases no interior do estado.

Além de Ratinho Júnior, o ex-deputado também se aproximou de outro desafeto do senador que pode disputar o governo em 2026: o vice-prefeito eleito Paulo Martins, que já foi adversário de Moro nas eleições de 2022 e foi um dos defensores de que seu mandato fosse cassado pelo Tribunal Superior Eleitoral (TSE). As ações por abuso de poder econômico terminaram em absolvições.