De Malafaia a Estevam Hernandes: pastores repudiam projeto que libera bingos, cassinos e jogo do bicho
Nove pastores evangélicos que integram o grupo Aliança se manifestaram em carta contra o projeto de lei 2234/2022 que libera os jogos de azar no Brasil. O texto está previsto na pauta e deve ser votado no plenário do Senado Federal nesta quarta-feira.
Nomes como Silas Malafaia, da Assembleia de Deus Vitória em Cristo, e o apóstolo Estevam Hernandes, líder da Igreja Renascer e idealizador da Marcha Para Jesus, veem com preocupação supostos efeitos colaterais que a legalização de atividades como bingos, cassinos e jogo do bicho pode causar.
"Endividamento da população, vícios relacionados aos jogos, golpes através de sites irregulares, lavagem de dinheiro e exploração de vulneráveis", elencam os pastores.
As lideranças do segmento protestante afirmam também que a legalização dos jogos abriria portas para outras atividades ilícitas. "Precisamos priorizar políticas públicas que promovam o bem-estar social e combatam veementemente a vulnerabilidade, e não medidas que agravam problemas já existentes", concluem.
Além de Silas Malafaia e Estevam Hernandes, também assinam a carta de repúdio os líderes evangélicos Abner Ferreira (Assembleia de Deus de Madureira) Cesar Augusto (Fonte da Vida), Samuel Câmara (Assembleia de Deus), Abe Huber (Paz Church), Robson Rodovalho (Sara Nossa Terra), Marcos Galdino (Assembleia de Deus) e Rene Terra Nova (Ministério Internacional da Renovação).
Apresentado pelo ex-deputado Renato Vianna foi apresentado em 199, o projeto em questão foi aprovado pela Câmara dos Deputados em 2022. Segundo o presidente do Senado, Rodrigo Pacheco, o texto foi incluído na ordem do plenário por demanda de parlamentares.
Assim como os pastores, a oposição tem afirmado que o texto pode incentivar o vício e atividades ilícitas no país.
Sob relatoria de Irajá Abreu (PSD-TO), a proposta prevê que cassinos só poderão funcionar dentro de complexos de lazer, como hotéis e cruzeiros, e desde que se comprove capital social de pelo menos R$ 100 milhões. Os bingos também só poderiam operar dentro de casas especializadas.
Já no caso do jogo do bicho, é previsto a distribuição de uma licença a cada 700 mil habitantes por estado. O credenciamento seria restrito a empresas que comprovem reserva de recursos.