Militar indiciado pela Polícia Federal se reuniu ao menos 13 vezes com Bolsonaro
Um dos três novos indiciados pela Polícia Federal nas investigações da trama golpista, o Tenente Portela é primeiro suplente da senadora Tereza Cristina (PP-MS) e utilizava em conversas reservadas o termo "churrasco" para se referir ao plano de impedir a posse do presidente Lula.
Com o indiciamento de Portela e de outros dois militares, chega a 40 o número total de pessoas indiciadas nas investigações.
Segundo a PF, o tenente atuou como "intermediário" entre o governo de Jair Bolsonaro e financiadores das manifestações antidemocráticas residentes no estado do Mato Grosso do Sul.
Registros de entrada e saída no Palácio da Alvorada mostraram que Portela realizou ao menos 13 visitas a Bolsonaro só no mês de dezembro de 2022, último mês da administração do ex-presidente.
A PF aponta que o tenente e Bolsonaro são amigos próximos desde a década de 1970, quando serviram na cidade de Nioaque (MS).
De acordo com os investigadores, mensagens trocadas no aplicativo WhatsApp entre Portela e o tenente-coronel Mauro Cid, então ajudante de ordens de Bolsonaro, mostram que ele utilizou o termo "churrasco" para fazer referência à trama golpista que se desenrolava no fim de 2022.
A PF constatou que Portela repassou a Mauro Cid “a informação de que pessoas que financiaram os atos antidemocráticos, utilizando o termo ‘colaboração da carne’, estariam cobrando a consumação do ato de ruptura institucional pelo presidente Jair Bolsonaro”.
Para os investigadores, as trocas de mensagens confirmam a atuação de Aparecido Portela na organização criminosa.
Em depoimento prestado à PF em 28 de novembro, o tenente ficou calado.