'Era o sonho da Bru gerar, e ela despertou essa vontade em mim', diz Ludmilla, sobre chegada da primeira filha

O GLOBO
'Era o sonho da Bru gerar, e ela despertou essa vontade em mim', diz Ludmilla, sobre chegada da primeira filha Ludmilla e Brunna Gonçalves estão esperando primeira filha

Em uma quinta-feira abafada de dezembro, em um estúdio na Barra, Zona Oeste do Rio, Ludmilla, de 29 anos, e a dançarina Brunna Gonçalves, de 33, se movem ao som de Beyoncé, uma das maiores inspirações da cantora. Embora quase 20 pessoas estejam por perto, as duas dançam em perfeita sincronia, como se estivessem sozinhas, acompanhadas apenas pela cumplicidade de olhares e gestos carinhosos. Entre mãos dadas, beijos e risos, elas parecem estar nas nuvens. A maternidade é a cereja do bolo: no dia 9 de novembro, anunciaram a gravidez durante um show da turnê “Numanice 3” em São Paulo, causando delírio nos fãs. Em 16 de dezembro, celebraram o chá revelação, onde descobriram que esperam uma menina.

A cumplicidade entre elas é visível. Brunna exibe a barriga com orgulho. Em um momento, quando ela tenta cobrir os seios com o braço, Ludmilla brinca: “Tem que tomar cuidado para não ficar muito Playboy”. O carinho entre elas é constante, com Ludmilla dando conselhos sobre ângulos para fotos. Durante as sessões, elas se distraem apenas com Bento, de 4 meses, que fica quietinho ao lado de sua mãe, Kariny Grativol, produtora da ELA. “Ele não chora? Está só no peito?”, elas perguntam, curiosas e carinhosas com o bebê.

Juntas desde 2018 e casadas em 2019, a gravidez foi cuidadosamente planejada. Em 2023, anunciaram que queriam se tornar mães e, em julho de 2024, começaram o tratamento de fertilização em uma clínica de Miami, nos Estados Unidos. Optaram pelo método ROPA (Recepção de óvulos da parceira), onde o óvulo de Ludmilla foi fecundado por um doador de sêmen e transferido para o útero de Brunna.

Em uma entrevista exclusiva, as duas falam sobre as expectativas para a maternidade, seus planos para educar a filha e os desafios e alegrias dessa nova fase. A seguir, os melhores trechos da conversa:

Qual a sensação de gerar um bebê?

Brunna: Desde o momento em que recebi o resultado positivo, tudo mudou. A preocupação aumentou, assim como o medo. Medo de como criar uma criança, do parto, de qualquer coisa que possa acontecer.

Ludmilla: Está sendo maravilhoso, dia após dia. Estamos mais unidos do que nunca, mais grudados. Mas o medo também aumentou. Ontem mesmo, com meu segurança no carro, fiquei o tempo todo dando conselhos: “Presta atenção”, “Cuidado aí”. Ele riu e me chamou de medrosa, mas respondi: “Vou ser mãe, preciso estar ótima!”.

Como foi a decisão de quem engravidou? Pensaram no inverso?

Brunna: Nunca tivemos essa conversa. Sempre foi eu. Desde pequena, sempre quis sentir um ser crescendo dentro de mim. Estou amando cada momento desse processo.

Ludmilla: O sonho de Brunna sempre foi gerar um filho, e eu não tinha tanto esse desejo. Nem pensava muito em ter filhos, mas Brunna me fez despertar esse desejo em mim.

Ludmilla, você acompanha as ultrassonografias?

Ludmilla: Sempre que consigo, estou lá. Se não consigo ir, vejo as imagens por vídeo. Temos até um aparelho portátil em casa, então consigo ver a bebê todos os dias. Ontem, fiquei preocupada porque ela estava fazendo cambalhotas (risos).

Brunna: Nossa filha é bem agitada (risos).

Como estão lidando com os prazeres, os desejos e as mudanças no corpo durante a gravidez?

Brunna: Estou vivendo o processo e vou dar um jeito no corpo depois. Me cuido bastante, mas claro que tenho meus desejos. Outro dia, comi dois pratos enormes de macarrão, salsicha, cebola e farofa.

Ludmilla: E ela vem magra, mas o apetite é grande (risos)! Apoio sempre. Digo: “Vamos comer, sim!” Levamos ela para restaurantes e falo: “Não deixe minha filha passar vontade”.

Como planejam educar uma menina no século XXI?

Ludmilla: Vamos aprender na prática, já que é nossa primeira filha. Queremos passar os nossos valores: amor ao próximo, respeito e muito carinho pela família.

Brunna: Empatia e humildade também são essenciais. Tenho lido bastante sobre como educar crianças nos dias de hoje, mas sabemos que a prática vai ser diferente.

O que gostariam que fosse banido do mundo em que a filha vai viver?

Ludmilla: O preconceito e a maldade das pessoas. Sinto que o amor das pessoas está esfriando.

Brunna: E também a virtualização das relações. Quando éramos crianças, não tínhamos redes sociais e brincávamos mais pessoalmente. As crianças hoje querem fazer tudo online.

E os preparativos? Enxoval, quarto, nome...

Brunna: Ainda não começamos o enxoval. Estávamos esperando descobrir o sexo para comprar as coisas. E ainda não escolhemos o nome. Vamos fazer as compras em Miami.

Ludmilla: O parto será no Brasil.

Brunna: Quero parto natural. Quero sentir a dor e passar por todas as etapas.

E sobre o sexo durante a gravidez?

Ludmilla: Prefiro não falar sobre isso. Sou meio tímida nesse assunto.

Brunna: É algo muito íntimo e pessoal.

O que passaram na vida que gostariam que a filha não passasse?

Ludmilla: Ela não poderá evitar algo que toda mulher enfrenta: o julgamento. O mundo é muito mais perigoso para nós, e isso sempre foi um medo que tive de ter uma filha.

Brunna: A evolução tem sido lenta, mas é melhor do que antes. Ainda há muito a ser feito.

O que vocês vão repetir da educação que receberam e o que vão mudar?

Ludmilla: O amor e a união sempre.

Brunna: A educação vai ser diferente, principalmente no que diz respeito ao inglês. Minha mãe não me incentivou tanto, mas minha filha vai aprender desde cedo.

Como será a participação das avós?

Ludmilla: Se depender delas, a gente vai ficar um pouco de lado. Mas vou tentar organizar tudo direitinho.

Brunna: Elas serão nossa rede de apoio. Já passaram por isso com suas mães, e vamos compartilhar esse momento com elas.

Como lidam com o preconceito, apesar de existirem diversos modelos de família hoje?

Ludmilla: Eu ignoro. O preconceito diz mais sobre quem julga do que sobre nós.

Brunna: Não sofremos tanto com isso, né, amor?

Ludmilla: Estamos felizes em sermos referência de amor e família para tantas pessoas.




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