Influenciador goiano reiventa imagem do ‘homem da roça’ e faz sucesso nas redes
Quebrando estereótipos referentes à imagem tradicional do homem ‘da roça’ e com o intuito de mostrar a diversidade é que um novo movimento tem ganhado força nas redes sociais e impactado no universo do agro: o agrogay.
Na prática, são influenciadores digitais autodeclarados homossexuais e que atuam como trabalhadores rurais, mostrando a rotina na área por meio das redes sociais.
Quem tem feito sucesso com esse tipo de ação é Odorico Reis. Se definindo como um “caipira” peregrino de Buriti Alegre, em Goiás, ele utiliza da própria página do Instagram para compartilhar a rotina no campo.
A ideia, aparentemente, tem surtido efeito. Só na plataforma, por exemplo, o chamado “Agro gay internacional” já acumula mais de 556 mil seguidores.
Em entrevista ao Uol Splash, ele afirma que o início na área esteve longe de ser fácil e que as marcas, que vendiam a imagem tradicional do agro, não lhe davam espaço. No entanto, atualmente, ele é um dos influenciadores com mais parcerias na festa de Barretos – considerado o maior rodeio da América Latina.
“Vejo que é uma evolução junta de autoaceitação. Só que isso passa por dores, então nada melhor do que uma terapia. Salvou a minha vida fazer terapia […] A gente está construindo um marco de respeito, de acolhimento”, afirmou.
A inspiração para começar com os conteúdos surgiu após Odorico acompanhar alguns trabalhos do influenciador mineiro Ivan Rangel, que foi um dos primeiros a trazer a temática para as plataformas digitais.
Mas não foram somente as postagens que serviram como incentivo para a entrada na web. Ele revela que ao assumir ser homossexual, aos 18 anos, enfrentou rejeição familiar e teve que lidar com uma tentativa de suicídio da mãe, que não o aceitava.
O acolhimento proposto pelo “mundo”, aliado a aceitação recebida na web são o que ele define como uma espécie de salvação diante das dificuldades familiares.
“Essa é a parte mais linda que tem na internet, é como a gente chega próximo às pessoas e todas elas se sentem como se fossem um amigo pessoal. Quando eu falo agrogay, eu estou falando de um monte de pessoas, de um monte de histórias”, destaca.