O Instituto Nacional de Meteorologia (Inmet) emitiu um alerta laranja para a população de 16 estados brasileiros e do Distrito Federal, em razão das previsões de tempestades. De acordo com as informações do órgão, as chuvas podem variar entre 30 a 60 milímetros por hora, com um acúmulo diário de 50 a 60 milímetros. No total, cerca de dois mil municípios estão em alerta.

Os estados de Alagoas, Bahia, Ceará, Goiás, Maranhão, Mato Grosso, Mato Grosso do Sul, Minas Gerais, Pará, Paraíba, Pernambuco, Piauí, Rio Grande do Norte, Rondônia, Sergipe, Tocantins e o Distrito Federal podem enfrentar chuvas intensas durante a manhã desta quarta-feira, 15. As autoridades também alertam para o risco de ventos fortes, com velocidades entre 60 e 100 km/h, além de descargas elétricas.

A meteorologista do Inmet, Elizabete Alves, informa que o alerta laranja deve permanecer até a quinta-feira, 16. A partir de sexta-feira, 17, a situação deve melhorar, mas ainda há a possibilidade de chuvas menos intensas em todo o estado, com maior incidência de sol. “Não é que vai ficar sem chuva, vai amenizar mais essa quantidade”, explica a especialista, ao reforçar que é típico do período chuvoso o volume. 

De acordo com a especialista, a principal questão é a quantidade de chuva que ocorre em um curto período, causando sérios problemas nas áreas urbanas. “Muita água em pouco tempo”, destaca ela. 

As orientações para a população permanecem inalteradas: evitar sair durante as chuvas, não se expor a enxurradas, não se abrigar sob árvores ou estruturas metálicas altas, não descartar lixo de maneira inadequada nas ruas e não utilizar aparelhos eletrônicos conectados à tomada durante as chuvas.

Uma área ao redor dos estados em alerta laranja passa para a fase amarela de precaução, que indica chuvas menos intensas, mas que ainda requer cuidados. Os estados do Amazonas, Rio Grande do Sul, Paraná, Acre e Santa Catarina estão nessa categoria. Os únicos estados que não estão sob alerta do Inmet são: Roraima, Rio de Janeiro, Espírito Santo e partes de São Paulo e Amapá.

Elizabete esclarece que dois sistemas estão em ação, contribuindo para o aumento das chuvas no Brasil. No centro do país, a Zona de Convergência do Atlântico Sul está ativa, transportando umidade da região Norte para o interior. Simultaneamente, a Zona de Convergência Intertropical e o Vórtice Ciclônico de Altos Níveis (VCAN) estão trazendo umidade do oceano para o sertão nordestino, afetando estados como Maranhão e Piauí.

A capital do estado tem enfrentado intensas chuvas há mais de uma semana. Com mais de 100 milímetros de precipitação em algumas áreas, é comum observar alagamentos, quedas de árvores e enxurradas, o que coloca em risco a vida dos motoristas. 

Na noite entre segunda e terça-feira, 13 e 14, o Corpo de Bombeiros registrou alagamentos nos bairros Santa Genoveva, Jaó, Jardim Guanabara e Vila Maria Rosa. O boletim do Centro de Informações Meteorológicas e Hidrológicas de Goiás (Cimehgo) indica que, nesta terça-feira, 14, algumas regiões de Goiânia enfrentaram grandes volumes de chuva. O Jardim Olinda, na região leste, acumulou mais de 70 milímetros até o final da tarde. No mesmo período, o setor Sul, que frequentemente sofre com inundações, registrou 74 milímetros de precipitação. Em Aparecida de Goiânia, a situação foi semelhante: na região da Vila Brasília, foram contabilizados 72,8 milímetros de chuva na tarde da última terça-feira, 14. 

Para hoje, 15, o Cimehgo prevê “risco potencial para chuvas intensas de 20 a 50 mm/h ou 70mm/dia com rajadas de vento de 80 km/h”. A umidade relativa do ar em todas as regiões do estado oscila entre 60% e 95%. Embora o sol e o calor possam aparecer, sua presença não é constante, devido à variação na cobertura de nuvens.

As regiões Norte e Oeste têm previsão de temperatura mínima de 22°C e máxima de 33°C. Por outro lado, nas regiões Central, Sul e Sudoeste, as temperaturas variam entre 19°C e 32°C ao longo do dia. A região Leste de Goiás será a mais fria nesta quarta-feira, 15, com mínima prevista de 17°C e máxima de 31°C.

“A combinação calor e umidade, vai favorecer a formação de áreas de instabilidade em todas as regiões do Estado de Goiás, as chuvas serão irregulares e poderão vir no formato de tempestades, acompanhadas de rajadas de vento e descargas atmosféricas”, resumem.