Caiado e a taxa do sol: um jogo de cena?


Caiado e a taxa do sol: um jogo de cena? Ronaldo Caiado e o vice-governador Daniel Vilela, dando uma suposta boa notícia em suas redes sociais. (Reprodução)

Em uma reviravolta digna de um roteiro de ficção, o governador de Goiás, Ronaldo Caiado (UB), tem se visto no epicentro de uma polêmica que expõe não apenas contradições em sua administração, mas também uma tentativa de manipulação da narrativa pública. O que começou como a implementação da chamada “Taxa do Sol”, uma cobrança de ICMS sobre a energia solar, rapidamente se transformou em um jogo de palavras e ações que deixa mais perguntas do que respostas.


Caiado, que inicialmente defendeu a cobrança, acabou por recuar diante da forte oposição e da pressão popular. A revogação da própria lei que permitia essa cobrança, no entanto, não foi suficiente para limpar sua imagem. O governador agora tenta criar um cenário em que se apresenta como um defensor dos consumidores, afirmando estar brigando na justiça contra uma taxa que, segundo a sua própria interpretação, nunca deveria ter sido cobrada. Mas, como apontam os críticos, essa narrativa é repleta de incoerências.


A Ação Direta de Inconstitucionalidade (ADI) movida pelo União Brasil e MDB, partidos que fazem parte de sua base de apoio, questiona exatamente a decisão de Caiado que permitiu a cobrança do ICMS. Cabe lembrar que o próprio governador Ronaldo Caiado é o presidente do União Brasil em Goiás. Supostamente, os aliados se voltam contra ele, deixando claro que a interpretação da Secretaria da Fazenda, subordinada ao próprio governador, foi a responsável pela criação de um ônus que agora se tenta desmantelar.


Em contraste, outros estados como São Paulo, Minas Gerais e Bahia já tomaram a dianteira, adotando isenções para a produção de energia solar, reconhecendo a importância dessa fonte renovável e sua contribuição para um futuro mais sustentável. O governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas (REP), por exemplo, anunciou recentemente uma isenção que pode se estender até 2032. Enquanto isso, em Goiás, o que se vê é um retrocesso que não apenas prejudica os cidadãos, mas também coloca o estado em uma posição desfavorável frente a suas políticas de energia limpa.


A reviravolta aconteceu com a recente liminar do Tribunal de Justiça de Goiás (TJ-GO), que suspendeu a cobrança de ICMS sobre os microgeradores de energia fotovoltaica. No entanto, aqui surge um novo elemento de confusão: Caiado e seu vice, Daniel Vilela, divulgam essa decisão como uma vitória contra uma legislação federal, ignorando o fato de que o TJ-GO não tem competência para questionar leis aprovadas pelo Congresso Nacional. Essa tentativa de transformar uma derrota em vitória é, no mínimo, uma falta de respeito com a inteligência do povo goiano.


A sensação que fica é a de que o governador está mais preocupado em preservar sua imagem política do que em adotar uma postura transparente e honesta. O povo não é ingênuo, e tentativas de manipulação da verdade em favor de uma narrativa conveniente só geram desconfiança e descontentamento. Ronaldo Caiado precisa lembrar que governar é uma responsabilidade que vai além de decisões momentâneas; é preciso ter compromisso com a verdade e com o bem-estar da população.


A vergonha pela postura do governador é palpável. O momento exige responsabilidade, clareza e, acima de tudo, respeito ao povo que não merece ser tratado como mero peão em um jogo político. Que o governador pare de lado das encenações e comece a ouvir as vozes que clamam por uma política mais justa e transparente.

Nas redes sociais circulam memes que apelidam Ronaldo Caiado de "Taxaiado".




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