Alcolumbre é eleito presidente do Senado com alianças do PL ao PT

Folha de São Paulo
Alcolumbre é eleito presidente do Senado com alianças do PL ao PT Davi Alcolumbre - reprodução

Davi Alcolumbre (União Brasil-AP), um dos políticos mais influentes do Congresso, foi eleito novamente presidente do Senado neste sábado (1º) para um mandato de dois anos. Ele conquistou 73 dos 81 votos, superando seus concorrentes Eduardo Girão (Novo-CE) e Astronauta Marcos Pontes (PL-SP), que receberam quatro votos cada.

Mesmo sem ocupar a presidência nos últimos quatro anos, Alcolumbre manteve forte influência no Senado, principalmente por meio de Rodrigo Pacheco (PSD-MG), seu sucessor e aliado político. Durante esse período, teve papel decisivo na indicação de ministros para o governo Lula (PT) e no controle da distribuição de emendas parlamentares.

Ele já havia presidido o Senado entre 2019 e 2021, durante o governo Bolsonaro (PL). Ao final do mandato, tentou uma manobra para disputar a reeleição, contrariando a Constituição, mas foi barrado pelo Supremo Tribunal Federal (STF). Durante sua gestão, o Congresso ampliou sua influência sobre o Orçamento, garantindo a distribuição de recursos com pouca transparência, um movimento apoiado por Bolsonaro.

Alcolumbre utilizou as emendas de relator como ferramenta de articulação política, beneficiando aliados em troca de apoio. Com a proibição desse mecanismo pelo STF em 2022, ele impulsionou as emendas de comissão, que agora estão sob investigação do ministro Flávio Dino.

Na atual eleição, Alcolumbre articulou amplamente para conquistar o maior número de votos da história, buscando superar os 76 votos alcançados por Mauro Benevides (1991) e José Sarney (2003). Teve o apoio de nove dos doze partidos com representação no Senado, incluindo PSD, PL, MDB, PT, União Brasil, PP, PSB, Republicanos e PDT.

O apoio do PL foi garantido após negociações com Bolsonaro, que assegurou a 1ª vice-presidência do Senado, cargos em comissões e a discussão sobre a anistia aos envolvidos nos atos de 8 de janeiro. Paralelamente, Alcolumbre também buscou aval do presidente Lula, prometendo não dificultar a agenda do governo.

Mesmo sem chances reais de vencer, Eduardo Girão e Astronauta Marcos Pontes mantiveram suas candidaturas, sendo que, no caso de Pontes, foi contra a vontade do próprio PL.

Alcolumbre chegou à presidência do Senado pela primeira vez em 2019, com 42 votos, após a renúncia do favorito Renan Calheiros (MDB-AL). A eleição daquele ano foi tumultuada, com suspeitas de fraude e decisão do STF para anular a primeira votação. Um dos momentos mais marcantes foi quando a senadora Kátia Abreu roubou a pasta contendo o rito da eleição da Mesa, tornando o processo ainda mais polêmico.




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