Saúde aguarda aval da Anvisa para receber vacinas atualizadas
O Brasil ainda utiliza doses da vacina contra a Covid-19 que protegem contra a variante Ômicron XBB.1.5, desenvolvidas no final de 2023. No entanto, essa não é a versão mais recente recomendada pela Organização Mundial da Saúde (OMS), que desde abril de 2024 orienta a atualização para a cepa JN.1, atualmente predominante.
O Ministério da Saúde aguarda a liberação da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) para receber as vacinas mais atualizadas. Em novembro de 2024, a agência aprovou a versão JN.1 das vacinas da Pfizer e da Moderna. Porém, o contrato do governo, firmado após licitação no mesmo mês, prevê a compra da vacina Covovax, da farmacêutica Novavax, fornecida pela Zalika Farmacêutica. A versão JN.1 da Covovax ainda não recebeu aprovação no país.
A Zalika submeteu o pedido de autorização à Anvisa em 4 de dezembro. Após ajustes exigidos pela agência, a análise deve ser concluída na primeira semana de fevereiro. Segundo Eder Gatti, diretor do Programa Nacional de Imunizações (PNI), a pasta só pode distribuir a vacina mais atualizada aprovada no Brasil, conforme estipulado no contrato.
Vacinação segue normas da Anvisa
Embora pudesse solicitar uma importação emergencial das vacinas da Pfizer ou Moderna, o Ministério da Saúde optou por seguir os trâmites regulares. A Anvisa permite o uso das vacinas para XBB.1.5 até nove meses após a aprovação da nova versão, garantindo uma transição planejada e sem desperdícios.
Especialistas ressaltam que, apesar de não ser a versão mais atualizada, a vacina para XBB.1.5 ainda protege contra casos graves da doença. Renato Kfouri, vice-presidente da Sociedade Brasileira de Imunizações (SBIm), explica que a atualização das vacinas é um desafio global, pois a Covid-19 não segue uma sazonalidade previsível como a gripe.
Contrato vigente até 2026
O contrato com a Zalika permite a entrega das doses em até dois anos, evitando desperdícios. A baixa adesão à vacinação preocupa: menos de 20% da população recebeu quatro doses do imunizante. Caso a demanda aumente, há possibilidade de acelerar o fornecimento e até firmar novos contratos.
Desde 2023, a vacinação contra a Covid-19 passou a fazer parte do calendário de rotina para crianças, idosos e gestantes. Idosos acima de 60 anos devem receber uma dose a cada seis meses, enquanto gestantes devem ser vacinadas a cada gravidez. Crianças entre seis meses e cinco anos seguem esquemas diferenciados, dependendo do fabricante da vacina.
Outros grupos prioritários, como imunocomprometidos, indígenas, trabalhadores da saúde e pessoas privadas de liberdade, também continuam recebendo doses regularmente. O Ministério da Saúde mantém a vigilância sobre o comportamento do vírus para garantir que a população esteja sempre protegida.