Bancada do PL fala de inflação, mas ignoram alta dos alimentos no governo Bolsonaro
A variação da inflação de alimentos nem sempre está atrelada ao governo. Contudo, se a oposição deseja explorar de forma demagógica o lema "comida barata novamente" na disputa política, seria mais eficaz utilizar dados. Informações do Banco Central indicam que, entre 2020 e 2022, durante o governo de Jair Bolsonaro, os preços dos alimentos dispararam. O grupo de alimentação no domicílio registrou um aumento que superou em mais de duas vezes a variação do IPCA nesse período: 44,8% frente a uma inflação de 21,7%. Os preços de cereais e leguminosas subiram 50,6% de 2020 a 2022. A carne teve um aumento de 30,3%, as frutas subiram 60%, enquanto tubérculos, raízes e legumes aumentaram 115,3%. Em 2023, observou-se uma queda acentuada nos preços dos alimentos, com deflação nas carnes de quase 10%. No ano anterior, a alta no preço do boi no último trimestre foi um dos fatores que estourou a meta de inflação. Além disso, eventos climáticos como secas e enchentes, junto com a taxa do dólar, também influenciaram a inflação dos alimentos. Entretanto, é inegável que os preços dos alimentos aumentaram significativamente durante o governo Bolsonaro e proporcionaram alívio no primeiro ano do governo Lula.
O custo dos alimentos continua a impactar a inflação dos consumidores neste começo de ano, mas já começa a trazer um certo alívio para os produtores, conforme apontou o IGP-M de janeiro. A inflação nos alimentos é um tema sensível e às vezes de difícil intervenção governamental. Caso a oposição deseje discutir esse assunto, é essencial que não esqueça de suas vulnerabilidades nesse contexto.
Na disputa simbólica dos bonés, chama a atenção o fato de que o governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas, usa um modelo americano que traz o slogan da campanha de Donald Trump, "Make America great again" (faça a América grande de novo), refletindo a política protecionista agressiva do governo Trump, que se concentra exclusivamente no crescimento da economia dos EUA, podendo levar o restante do mundo a um cenário de recessão.
A publicidade do governo com o boné "o Brasil é dos brasileiros" está gerando uma polarização entre torcidas. O governo deveria ter permitido que a responsabilidade pelo boné ficasse apenas com quem o utilizou, defendendo a ideia do que é benéfico para os Estados Unidos e para o Brasil, enquanto Trump tenta impor seu controle e vontade ao mundo.