O ativista que pressiona empresas dos EUA a abandonarem suas políticas de diversidade
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Conservadores que buscam reverter o compromisso das corporações americanas com diversidade, equidade e inclusão (DEI) encontraram um defensor em Robby Starbuck, cineasta, influenciador e ativista "anti-woke".
Embora investidores, procuradores-gerais republicanos e litigantes tenham pressionado empresas a abandonar políticas de diversidade, poucas pessoas tiveram tanto impacto quanto Starbuck. Empresas como Ford, Lowe's, Harley-Davidson e John Deere anunciaram mudanças em suas políticas de DEI após boicotes organizados por Starbuck. Em setembro do ano passado, a cervejaria Molson Coors se juntou a esse movimento.
Starbuck afirma que as empresas enfrentam um novo cenário, onde ele tem uma "linha direta" com muitos de seus clientes, que agora veem suas carteiras como uma "arma". Ele utiliza suas redes sociais, com 600 mil seguidores no X, para reunir informações sobre os esforços de DEI das empresas e pressioná-las por mudanças.
Embora Starbuck defenda a neutralidade política das corporações, ele tem se alinhado com causas conservadoras, como a oposição a mandatos de vacina durante a pandemia e a criação do filme "The War on Children", que se opõe a cuidados afirmativos de gênero.
Ele inicialmente focou em empresas com uma base conservadora de consumidores, mas passou a direcionar esforços para aquelas com uma base de clientes mais dividida, como a Lowe's. Ao atacar os esforços de DEI dessas empresas, Starbuck incentivou seus seguidores a boicotá-las. Ele acredita que seu impacto é maior que o de outros ativistas corporativos porque consegue se comunicar diretamente com o público de forma mais eficaz.
Várias empresas, incluindo a Tractor Supply, John Deere, Harley-Davidson e Brown-Forman, mudaram suas políticas após os boicotes. A Lowe's anunciou que deixaria de apoiar a Human Rights Campaign (HRC) e reestruturaria seus grupos internos de funcionários, enquanto a Ford reviu suas políticas em resposta a essa pressão.
Essas mudanças ocorrem no contexto de uma crescente reavaliação sobre o papel das empresas nas questões culturais dos EUA. Apesar de a maioria dos americanos ainda apoiar programas de DEI, iniciativas como essas enfrentam crescente resistência, especialmente entre homens e republicanos.
Defensores da diversidade, como Emma Obanye, argumentam que as ações de Starbuck revelam as falhas das empresas em implementar mudanças significativas no local de trabalho. Ela também ressalta que as políticas de DEI que Starbuck critica, como a relação com grupos LGBTQIA+ e grupos de recursos internos, não são tão eficazes quanto medidas como auditorias de pagamento.
Starbuck, por sua vez, afirma que continuará pressionando para que as corporações e os sistemas escolares se mantenham neutros nas questões de justiça social, acreditando que isso levaria a um ambiente mais respeitoso para todos.