Aliados de Bolsonaro divulgaram live com fake news sobre as urnas para incentivar atos nos quartéis, diz PGR

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Aliados de Bolsonaro divulgaram live com fake news sobre as urnas para incentivar atos nos quartéis, diz PGR Reprodução

A denúncia da Procuradoria-Geral da República (PGR) contra Jair Bolsonaro e outras 33 pessoas aponta que aliados do ex-presidente compartilharam a live do argentino Fernando Cerimedo, contendo fake news sobre as eleições de 2022, com o objetivo de incentivar as manifestações que ocorriam nos quartéis logo após a vitória de Luiz Inácio Lula da Silva (PT) no segundo turno.

De acordo com a denúncia, essa divulgação foi liderada principalmente pelo tenente-coronel Marques Almeida, um dos denunciados pela PGR na noite desta terça-feira.

O episódio teve início em 4 de novembro, quando Cerimedo transmitiu em seu canal no YouTube a falsa alegação de que todas as urnas eletrônicas fabricadas antes de 2020 apresentaram uma anomalia que teria favorecido Lula.

As inverdades propagadas por Cerimedo teriam sido produzidas por pessoas ligadas ao ex-ajudante de ordens, Mauro Cid, conforme revelado em uma troca de mensagens entre ele e o tenente-coronel Sergio Cavaliere de Medeiros. “Nosso pessoal que fez”, afirmou Cid, referindo-se ao conteúdo divulgado pelo influenciador argentino. O elo entre o grupo e Cerimedo teria sido estabelecido pelo major da reserva Angelo Martins Denicoli.

Além de supostamente colaborarem na criação do conteúdo, aliados de Bolsonaro teriam incentivado a divulgação por meio da edição de cortes distribuídos em aplicativos de mensagens.

Um link do Google Drive contendo um resumo de oito minutos da live foi enviado a Cid pelo ex-assessor de Bolsonaro, Tércio Arnaud. Já Marques Souza compartilhou inicialmente o link original e, posteriormente, um arquivo em formato MP4, logo após o Tribunal Superior Eleitoral (TSE) determinar a remoção do conteúdo por desinformação. Para contornar as decisões judiciais, um site com domínio em Portugal também foi criado pelo grupo.

“As mensagens identificadas revelaram que o militar, valendo-se de seus conhecimentos especiais, desempenhava, na organização criminosa, o papel necessário de criar e propagar, em larga escala, conteúdos espúrios sobre o Poder Judiciário e as eleições brasileiras, com o intuito de perpetuar o sentimento de desconfiança popular contra os poderes constitucionais”, afirmou a PGR sobre Marques Souza.

Em outra troca de mensagens, o militar relevou que a divulgação dos vídeos tinha o propósito de manter as pessoas mobilizadas nos arredores das instalações militares: “Hoje, depois desse vídeo, eu acho que as manifestações não voltam mais, o pessoal não volta mais pra casa”, escreveu. Em outra mensagem, ele afirmou que os vídeos eram eficazes para sustentar a mobilização popular.




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