Haddad tenta reverter paralisação do Plano Safra para evitar continuidade de alta de preços de alimentos

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Haddad tenta reverter paralisação do Plano Safra para evitar continuidade de alta de preços de alimentos Reprodução

O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, chegou do Oriente Médio já tentando resolver o problema da suspensão dos financiamentos do Plano Safra, anunciado ontem pelo Tesouro. Quer apagar esse incêndio, para não estender para o ano que vem a crise dos preços dos alimentos. O Ministério da Fazenda avisou que ele vai encaminhar um ofício ao TCU para buscar respaldo legal para manter as linhas de crédito.

O anúncio do Tesouro Nacional, nesta quinta-feira, pegou os bancos repassadores de surpresa. Foram suspensas novas contratações de financiamentos com subvenção federal nas linhas do Plano Safra 2024/2025, porque o orçamento não foi aprovado e porque os juros subiram demais encarecendo o custo da equalização. O ministro tentará junto ao tribunal de contas, respaldo para liberar o dinheiro destinado à equalização dos juros.

Em entrevista ao ICL, Haddad disse que o problema de hoje é que o orçamento ainda não foi aprovado e que a paralisação da linha de crédito afeta o grande produtor.

— Nós não queremos que tenha nenhuma descontinuidade às linhas de crédito.

A situação é complicada porque nesse momento o país ainda enfrenta os reflexos das altas dos preços, e essa paralisação afeta a próxima colheita trazendo impactos no abastecimento, na produção e na capacidade de fornecer alimentos ao mercado interno e para exportação. Sem financiamento agora, haverá menor produção no futuro. O problema atual, que é conjuntural, pode se estender para o ano que vem. E, na agricultura, há um tempo certo para o plantio e a colheita. Diferente de outros setores econômicos. Na agricultura não dá para adiar.

O problema mais urgente nesse momento é o preço do ovo, que está alto devido a uma conjunção de fatores. A gripe aviária nos Estados Unidos, que provocou a morte de poedeiras e aumentou a demanda por importações do Brasil. Além disso, o excesso de calor impacta a produção e eleva o preço do milho.

O grupo da proteína funciona de forma integrada: quando o preço da carne vermelha sobe, os demais produtos tendem a acompanhar. No momento, o setor está em uma fase de transição, já que o preço dos suínos caiu devido à super safra de soja, ingrediente essencial na ração desses animais. No caso do frango, a alta do milho afeta os custos. A expectativa para os próximos meses é de queda nos preços das carnes em geral, incluindo a carne vermelha.

As proteínas — carne bovina, frango, suíno e ovos — costumam ter preços interligados. E o ovo é sempre a proteína mais barata. Não há muito espaço para negociações com atacadistas nem para responsabilizar as exportações, como fez o presidente Lula.





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