Cid detalha em delação como repassou US$ 86 mil a Bolsonaro por venda de joias e relógio de luxo

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Cid detalha em delação como repassou US$ 86 mil a Bolsonaro por venda de joias e relógio de luxo reprodução

O tenente-coronel Mauro Cid afirmou, em acordo de delação premiada, que entregou US$ 86 mil em espécie – de forma parcelada – para o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) após a venda de relógios de luxo e dos kits de joias recebidos pelo ex-mandatário como presentes dados a ele enquanto representante do Estado brasileiro. A negociação é alvo de um inquérito no qual a Polícia Federal indiciou Bolsonaro pela prática de peculato, que é a apropriação indevida de bens públicos. Os vídeos da delação foram tornados públicos na quinta-feira.

De acordo com o relato de Cid à Polícia Federal, os valores foram obtidos após a venda de relógios das marcas Rolex e Patek Philippe para a loja Precision Watches, da Filadélfia (Estados Unidos) — no valor total de US$ 68 mil . Esses valores foram pagos de maneira fracionada, em remessas de US$ 30 mil US$ 10 mil e US$ 20 mil, além de parcelas finais com valores não detalhados, em um total de R$ 68 mil.

Além disso, houve um pagamento de US$ 18 mil obtidos com a venda de um kit de joias Chopard a uma loja localizada no Seybold Jewlery, em Miami. Ao todo, o valor chega a US$ 86 mil.

Os pagamentos aconteceram da seguinte forma

Venda dos relógios Rolex e Patek Philippe (US$ 68 mil)

  • US$ 30 mil pagos em espécie em Nova York por Lourena Cid a Bolsonaro em setembro de 2022, durante viagem para Assembleia-Geral da ONU
  • US$ 10 mil no final de 2022, em Brasília, quando Lourena Cid participou de um evento da Apex
  • US$ 20 mil pagos por Lourena Cid a Bolsonaro em fevereiro de 2023, durante viagem do ex-presidente a Miami
  • Restante pago em março de 2023 por Lourena Cid, já no Brasil

Venda do Kit Chopard (US$ 18 mil)

  • O pagamento de US$ 18 mil ocorreu em uma única parcela, em junho de 2022


O ex-ajudante de ordens disse aos investigadores que os pagamentos foram feitos na conta do seu pai, o general Mauro Cesar de Lourena Cid, que morava nos Estados Unidos, e depois repassados de forma fracionada a Bolsonaro, sempre em espécie "de forma a evitar que circulasse no sistema bancário normal".


"QUE o pagamento foi realizado em espécie sem emissão de nota: QUE não há registro da venda dos referidos bens: QUE em seguida retornou ao Brasil com os valores em espécie; QUE ao retomar ao Brasil entregou os U$ 18 mil ao ex-Presidente JAIR BOLSONARO; QUE apenas retirou os custos que teve com passagem aérea e aluguel do veículo; QUE o COLABORADOR ajustou com seu pai, General MAURO CESAR LOURENA CID, que o saque dos U$ 68 mil ocorreria de forma fracionada e entregue à medida que alguém conhecido viajasse dos Estados Unidos ao Brasil", disse Cid.

Cid detalhou o pagamento de algumas parcelas, como um repasse de US$ 18 mil, durante visita de Bolsonaro a Miami, e US$ 30 mil durante a participação do ex-presidente na Assembleia Geral da ONU, em Nova York.

"QUE na cidade de Nova York, LOURENA CID entregou cerca de U$ 30 mil (trinta mil dólares) em espécie, a JAIR BOLSONARO, por meio do COLABORADOR; QUE no final do ano de 2022, LOURENA CID, veio ao Brasil para um evento da APEX, na cidade de Brasília; QUE nesse momento ele trouxe cerca de U$ 10 mil (dez mil dólares), em espécie, e entregou a JAIR BOLSONARO", contou Cid.

As demais parcelas, segundo a delação, foram pagas no fim de fevereiro de 2023, quando Bolsonaro recebeu do pai de Cid US$ 20 mil, e que o restante foi pago no retorno de Lourena Cid ao Brasil, em março de 2023. Os pagamentos finais foram feitos com o intermédio de Osmar Crivelati, que era assessor direto de Bolsonaro. Segundo Cid, "os valores foram repassados em sua totalidade ao ex-Presidente".




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