Em meio à alta no cinema nacional, servidores da cultura reclamam de salários
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Servidores da cultura enfrentam desafios com baixos salários e falta de plano de carreira, apesar do crescimento de investimentos na área e do aumento do cinema nacional. Profissionais de órgãos como o Ibram (Instituto Brasileiro de Museus) e a Funarte (Fundação Nacional de Artes) têm um dos menores salários do Executivo federal, com o valor máximo na carreira chegando a R$ 9.728, bem abaixo de outras áreas como a segurança pública, onde os salários podem ultrapassar os R$ 21 mil.
O Ministério da Cultura reconhece as dificuldades e informou que está trabalhando em uma proposta de plano de carreira para melhorar a progressão salarial e as condições de trabalho, que já foi apresentada ao Ministério da Gestão. Além disso, a redução de pessoal nos últimos anos também sobrecarregou os servidores, com uma queda de 36,6% no quadro entre 2014 e 2023, o que afeta a execução de políticas públicas, como a Lei Paulo Gustavo.
Para tentar melhorar a situação, o ministério passou a contar com servidores cedidos de outros órgãos e fez um processo seletivo para contratar temporários. No entanto, os servidores apontam que, além da falta de pessoal, as condições de trabalho também são precárias, com muitos equipamentos e patrimônios históricos, como os do Iphan, à espera de reformas.
Outro ponto de reclamação é a falta de reconhecimento do nível de qualificação dos servidores, já que, mesmo com doutorado, eles recebem o mesmo salário de outros profissionais de nível superior. Os sindicatos pedem a criação de um plano de carreiras que permita progressão salarial conforme a qualificação.
Na ANCINE (Agência Nacional do Cinema), que oferece salários mais altos, os servidores também enfrentam desafios, como a falta de capacitação e a redução no número de profissionais, o que dificulta o cumprimento das suas funções. A agência não obteve autorização para novos concursos e enfrenta cortes de orçamento para a capacitação de seus servidores.