Prefeito revela rombo de R$ 118,2 milhões de gestão anterior, mas não fez corte nos gastos
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O prefeito de Anápolis, Márcio Corrêa (PL), apresentou na manhã desta sexta-feira, 28, o balanço financeiro do município referente ao terceiro quadrimestre de 2024 (outubro, novembro e dezembro). A prestação de contas ocorreu durante uma sessão na Câmara Municipal e revelou um déficit orçamentário de R$ 118,2 milhões, com as despesas superando as receitas.
De acordo com os números apresentados, a receita total do município no período foi de R$ 2,2 bilhões, enquanto as despesas atingiram R$ 2,318 bilhões, resultando no saldo negativo. O déficit orçamentário, que veio da gestão anterior, acende um alerta sobre a necessidade de ajustes fiscais para equilibrar as finanças municipais nos próximos meses.
A apresentação das contas é uma exigência da Lei de Responsabilidade Fiscal e permite que vereadores e a população acompanhem a situação financeira do município. A administração municipal ainda não detalhou quais medidas serão adotadas para conter o déficit.
O déficit orçamentário de R$ 118,2 milhões, conforme apresentado pelo prefeito, reflete a diferença entre as receitas arrecadadas e as despesas realizadas pela Prefeitura de Anápolis no período. Apesar da receita total de R$ 2,2 bilhões ser significativa, não foi suficiente para cobrir os gastos que totalizaram R$ 2,318 bilhões, levando ao déficit registrado.
Relatório sobre a administração municipal de Anápolis por Márcio Correa | Imagem: TV Câmara Anápolis
- R$ 2,2 bilhões
- R$ 2,318 bilhões
- R$ 118,2 milhões
O cenário atual pode ser atribuído a vários fatores, como o aumento nos custos de serviços essenciais, os investimentos em infraestrutura e a necessidade de cumprir compromissos financeiros pré-existentes. O resultado negativo poderá afetar a capacidade do município de investir em áreas fundamentais como saúde, educação e mobilidade urbana, além de exigir que a Prefeitura implemente medidas para equilibrar suas finanças nos próximos meses, priorizando a otimização de gastos e o incremento da arrecadação.
O déficit orçamentário evidenciado no balanço reforça a necessidade de um planejamento financeiro mais eficaz. O prefeito Márcio Corrêa, durante a apresentação, sublinhou a importância de uma gestão fiscal mais robusta para assegurar a sustentabilidade das finanças do município. A questão se agrava ainda mais, pois até o momento, apesar das denúncias, o prefeito Márcio Corrêa não tomou nenhuma medida efetiva para resolver a situação e reverter a crise da cidade. Isso se torna ainda mais evidente com o escândalo dos softwares de Wi-Fi gratuito, que, apesar das irregularidades apontadas, foi mantido sob a gestão de Corrêa. Em novembro de 2024, o custo desse serviço atingiu R$ 3 milhões, e haveria mais pagamentos no futuro, um valor que já havia gerado questionamentos antes do fim da gestão de Naves. Apesar disso, o programa foi preservado e defendido por secretários de Corrêa após a posse.
Na prestação de contas, também foi ressaltado que a Prefeitura de Anápolis enfrenta um significativo volume de dívidas de curto prazo, totalizando R$ 305,8 milhões. Este montante inclui compromissos que precisam ser saldados rapidamente, o que acrescenta uma pressão extra sobre as finanças municipais. A distribuição das dívidas de curto prazo é a seguinte:
- R$ 41.210.884
- R$ 18.564.231
- R$ 246.064.782
Os dados indicam que a Prefeitura tem uma série de obrigações financeiras imediatas que requerem atenção e, possivelmente, a necessidade de renegociação ou regularização.
Os dados revelam que a Prefeitura enfrenta diversas obrigações financeiras urgentes, que demandam um olhar atento e, possivelmente, renegociações ou ajustes.
Além das dívidas de curto prazo, o município possui um montante total de R$ 1,44 bilhão em dívidas de longo prazo. A maior parte desse valor diz respeito a empréstimos contractados para viabilizar investimentos e projetos no município. A discriminação das dívidas de longo prazo é a seguinte:
- R$ 1.384.141.912
- R$ 38.524.149
- R$ 20.929.341
A maior fatia dessas dívidas a longo prazo provém de empréstimos obtidos junto a instituições financeiras como a Caixa Econômica Federal e o Banco do Brasil, com prazos de amortização que podem atingir até 20 anos. Esses compromissos resultam em pagamentos significativos ao longo das próximas duas décadas.
A dívida fundada do município, originada de contratos de empréstimos feitos com a Caixa Econômica Federal e o Banco do Brasil, totaliza R$ 1,38 bilhão. Esse valor contempla juros acumulados e saldos atualizados, com prazos de amortização que variam entre 8 e 20 anos. Os principais contratos de empréstimos realizados são:
Relatório sobre a administração municipal de Anápolis sob a gestão de Márcio Correa | Imagem: TV Câmara Anápolis
Esses empréstimos representam uma parte significativa das dívidas de longo prazo, com prazos de amortização (processo de pagar uma dívida de forma gradual) de até 20 anos.