Durante uma viagem ao Uruguai, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva comentou sobre uma discussão entre os presidentes da Ucrânia, Volodymyr Zelensky, e dos Estados Unidos, Donald Trump, além de seu vice, James David Vance.

"Não sou diplomata, mas acho que, desde que o planeta Terra foi criado e a diplomacia também, nunca se viu uma cena tão grotesca e desrespeitosa quanto aquela que ocorreu no Salão Oval da Casa Branca", afirmou Lula, ao lado do assessor especial da Presidência para Assuntos Internacionais, Celso Amorim. "Há uma parte da sociedade que vive em desrespeito ao outro. Não é possível falar em democracia sem respeito ao ser humano. Acho que o Zelensky foi humilhado, e que, na cabeça de Trump, o Zelensky merecia isso", acrescentou o presidente brasileiro, que estava no Uruguai para presenciar o pelotão do novo presidente Yamandú Orsi.

Lula também voltou a defender a necessidade de diálogo para encerrar a guerra entre a Rússia e a Ucrânia, que já dura três anos. "Não há paz sem a participação dos dois presidentes em conflito. O que é necessário é tomar uma decisão correta, caso o mundo queira paz. Acredito que o mundo precisa de paz", disse o presidente brasileiro.

Zelensky viajou a Washington para negociar um acordo que daria aos Estados Unidos acesso a parte dos recursos minerais da Ucrânia. Essa negociação é vista pelo governo norte-americano como uma forma de compensar a ajuda financeira e militar de bilhões de dólares enviada à Ucrânia. Contudo, durante as conversas, uma troca de palavras inesperada em frente às câmeras surpreendeu o mundo na sexta-feira, 28 de fevereiro.

Nos encontros bilaterais no Salão Oval da Casa Branca, é comum que, em determinado momento, o encontro seja aberto à imprensa para registrar fotos. Durante esse momento, o vice-presidente James David Vance fez uma comparação com Zelensky sobre as negociações de paz na guerra contra a Rússia. A discussão se intensificou, e Trump afirmou que, se os Estados Unidos estivessem envolvidos na guerra, a Ucrânia não resistiria por mais de duas semanas. Após essa troca acalorada, Zelensky retirou a assinatura do acordo que permitiria a exploração de terras raras ucranianas pelos Estados Unidos.