Interesses particulares acima do avanço econômico dos goianos: Por que estão barrando o novo Porto Seco?

Goiás 246
Interesses particulares acima do avanço econômico dos goianos: Por que estão barrando o novo Porto Seco?

A Estação Aduaneira Interior (EADI) Porto Seco, localizada em Anápolis, é um terminal alfandegário essencial para o escoamento de mercadorias em Goiás. Diferente dos portos tradicionais, este terminal é classificado como zona secundária e oferece serviços de movimentação e armazenagem de produtos sob controle aduaneiro, facilitando a circulação de mercadorias para outros estados brasileiros.

A localização estratégica de Anápolis, a apenas 54 quilômetros de Goiânia e 154 quilômetros de Brasília, torna o Porto Seco um ponto crucial para o comércio na região. O município é interligado por três rodovias federais (BRs 060, 153 e 414) e pela ferrovia Centro-Atlântica, formando um importante hub logístico conhecido como “trevo Brasil”.

Desde a década de 1970, com a criação do Distrito Agroindustrial de Anápolis (DAIA), a cidade tem se destacado no comércio e na indústria, especialmente na produção de medicamentos genéricos, com empresas como Teuto, Neoquímica e Greenpharma. O Porto Seco funciona como uma plataforma logística multimodal, integrando rodovias, ferrovias e até mesmo a aviação, o que potencializa ainda mais a movimentação de cargas.

Assim, vale ressaltar que entre o Porto Seco e a ferrovia Norte-Sul, onde o trecho goiano inicia-se justamente no município de Anápolis, possui a valiosa importância de interligação do Porto seco a importantes portos e estradas brasileiras, como ao norte com a estrada de ferro Carajás, ao sul com a ferrovia Centro-Atlântica, os portos de Santos (SP) e Vitória (RJ), bem como com as regiões industriais do sudeste brasileiro que possuem 80% da população brasileira e um PIB de 56%.

O DAIA e o Porto Seco trouxeram para Anápolis e para Goiás grande crescimento econômico, pois promoveram a atração de investimentos nesse polo agroindustrial, inserindo-os no mercado nacional e internacional, além de emprego para a população.

Porém, apesar da posição de destaque em Goiás e no Centro-Oeste, a concorrência do DAIA aumentou nos últimos anos. Condomínios industriais recentes foram implantados em outras cidades do estado, como Aparecida de Goiânia. O cenário tornou-se ainda mais acirrado pela falta de atenção dada ao espaço nos últimos anos. A concorrência é sempre bem-vinda, mas, uma enorme capacidade de gerar economia, renda e milhares de empregos para os goianos ser tratada com descaso é prejuízo para todos os goianos.

Enquanto o DAIA sofre o desgaste de ser menosprezado pela gestão municipal dos últimos anos, por parte da gestão Roberto Naves, o Porto Seco, por outro lado, sofre uma disputa judicial em que o poder de influência política se impõe sobre a lei e a honesta disputa comercial. De um lado, um grupo que deteve os lucros nos últimos 26 anos e, de outro, um grupo que venceu a última licitação para gerir o Porto Seco de Anápolis, a Aurora EADI já investiu R$100 milhões nas novas instalações mas ainda não conseguiu um simples alvará de funcionamento da prefeitura local.

Curiosamente, o grupo Porto Seco Centro-Oeste possui como acionistas seis empresas, entre elas a Trial Distribuidora Atacadista Ltda., que pertence à Dra. Ludhmila Abrahão Hajjar e outros sócios. Dra Ludhmila Hajjar é a médica do governador de Goiás, Ronaldo Caiado. Ou seja, o óbvio é dizer que a concorrência comercial em Goiás esbarra no poder político de alguns empresários que detém monopólio comercial durante anos e torcem as vias legais para manter seus lucros, custe o que custar. O atual prefeito de Anápolis, Márcio Corrêa (PL), esteve até pouco tempo no MDB, partido do vice-governador e possui estreita relação com o governo estadual.

É assim que milhares de novas vagas de empregos não se abrem em Goiás, é assim que muitas novas empresas desistem de atuar em terras goianas, é assim que o comércio local não amplia horizontes, porque empresários com mentalidade limitada se apropriam de cidades, governos e prefeituras em conchavos feitos durante as campanhas eleitorais, que são pagas depois com serviços duvidosos que favorece quem patrocinou sua campanha, em detrimento de favorecer os goianos.




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