Presidenta do STM critica Bolsonaro por "usar" as Forças Armadas e prejudicar sua credibilidade

O GLOBO
Presidenta do STM critica Bolsonaro por Maria Elizabeth Guimarães Teixeira Rocha, ministra do Superior Tribunal Militar — Foto: Cristiano Mariz/Agência O Globo/16-09-2021

A ministra Maria Elizabeth Rocha, eleita presidente do Superior Tribunal Militar (STM), criticou, na noite de sexta-feira, o governo do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), afirmando que as Forças Armadas foram "usadas" durante sua gestão. Segundo a magistrada, a escolha de militares para cargos de alto escalão, devido à falta de apoio parlamentar do ex-presidente, comprometeu a estrutura da instituição.

"Por ser oriundo da caserna, as pessoas de sua confiança eram os militares", comentou a ministra, destacando que o conceito de que os militares deveriam ser os moderadores do Estado estava equivocado, e que, na verdade, o poder civil deveria comandar as forças armadas.

Ela também ponderou que, embora Bolsonaro tenha “se aproveitado” das Forças Armadas, alguns militares realmente “se beneficiaram muito” do protagonismo adquirido durante seu governo. Contudo, ela afirmou que a Marinha, o Exército e a Aeronáutica acabaram sendo prejudicados e tiveram sua atuação enfraquecida por um chefe de Estado que perdeu o rumo na condução do país.

Sobre o julgamento dos envolvidos nos atos golpistas de 8 de janeiro, a ministra considerou que algumas penas foram "muito severas", mas destacou que ainda é "precipitado" falar em anistia para os condenados, já que os julgamentos ainda não foram concluídos. Ela mencionou que o Congresso Nacional poderia tomar essa decisão, e que o presidente poderia, se quisesse, conceder um indulto.

O Supremo Tribunal Federal (STF) já condenou 371 pessoas por sua participação em atos antidemocráticos contra os três Poderes, dos quais 225 são considerados executores dos crimes mais graves e 146, incitadores.

Em seu discurso, Maria Elizabeth fez um apelo ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) para que ele considere a diversidade de gênero ao indicar um novo nome para o STM, que terá uma vaga aberta em abril. "Estou pedindo ao presidente que indique uma mulher, para que eu tenha uma companheira ao meu lado para defender as questões de gênero", afirmou. A ministra, que é a única mulher na Corte, afirmou que, muitas vezes, sua voz é pouco ouvida por ser a única mulher presente, mas que não se rende à homogeneidade e se considera a voz da diferença.

Maria Elizabeth foi a primeira mulher a presidir o STM, em um mandato-tampão entre 2014 e 2015, e destacou que a presença de uma mulher na Corte representaria uma grande vitória, principalmente após sua posse como presidente. "Eu adoraria empossar uma mulher", disse ela, reforçando a importância de dar voz às minorias dentro dos espaços de poder.




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